• Março 24, 2025
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Ser Mulher

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Ser mulher em pleno século XXI é viver uma realidade complexa. Em muitas partes do mundo, incluindo em Portugal, as mulheres conquistaram direitos fundamentais, como o voto, a igualdade no trabalho e o acesso à educação. No entanto, apesar dos avanços, a desigualdade persiste de formas subtis e explícitas. A mulher continua a ser vista, em muitos contextos, como um ser em segundo plano, restringida a papéis tradicionais que nem sempre refletem as suas capacidades ou ambições.

Na sociedade portuguesa, apesar das mulheres estarem mais presentes no mercado de trabalho, muitas enfrentam a “dupla jornada”. O trabalho remunerado, aliado às responsabilidades domésticas e familiares, muitas vezes pesa desproporcionalmente sobre as mulheres. O conceito de “ser mulher” ainda está, em parte, preso a expectativas de cuidado, de dedicação incondicional aos outros, enquanto as suas próprias necessidades e aspirações são colocadas em segundo plano.

Além disso, o assédio sexual, a violência doméstica e a desigualdade salarial são questões que continuam a afetar muitas mulheres em Portugal. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e de várias organizações de defesa dos direitos das mulheres mostram que, embora a consciência sobre estas problemáticas esteja em ascensão, os números de violência contra mulheres e de disparidade salarial ainda são alarmantes.

No entanto, ser mulher também é sinónimo de resistência, de coragem e de superação. É ser capaz de construir e reconstituir-se todos os dias, de lutar por um mundo mais justo, sem que isso signifique renunciar à feminilidade ou à sua essência. A mulher é, antes de mais, um ser plural, que deve poder escolher o seu caminho sem ser julgada ou limitada pelas convenções sociais.

Devemos olhar para as mulheres que nos rodeiam e reconhecer as suas contribuições, as suas batalhas, as suas vitórias. Devemos também questionar as estruturas que ainda existem, que perpetuam a desigualdade e a discriminação. O Dia Internacional da Mulher é, assim, um lembrete de que a luta pela igualdade de género é um processo contínuo e que a verdadeira liberdade da mulher só será alcançada quando todas as mulheres, independentemente da sua origem, classe social ou orientação sexual, tiverem a oportunidade de viver em pleno.

Por isso, ser mulher não é um título, é um processo em constante evolução, onde a nossa identidade se constrói não apenas pelas expectativas externas, mas pelas nossas próprias escolhas e pela liberdade de sermos quem realmente somos.

 

Mariana Neto- Licenciada em Comunicação Social

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