Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Ticiano.
O papel desses artistas renascentistas foi essencial para que os valores e ideias da época (como a valorização do homem e da ciência) fossem transmitidos para o público de maneira impactante e harmoniosa.
Para tanto, eles se valeram de recursos como a simetria, equilíbrio, perspectiva e a inspiração no ideal de beleza clássico da cultura greco-romana.
Leonardo da Vinci pode ser considerado o mais célebre artista do renascimento italiano. Foi o que se chama de polímato, uma pessoa com diversas habilidades e conhecimentos em campos variados da arte e da ciência.
Sua busca pelo conhecimento científico e a criação de obras de arte de extrema beleza e perfeição o elevam ao status de gênio, sendo até mesmo difícil compreender como tamanha excepcionalidade era possível.
Foi aprendiz de um artista conhecido chamado Andrea del Verrochio, onde aprendeu técnicas de pintura e escultura, perspectiva e composição cromática.
Da Vinci tinha sede de conhecimento e buscava as respostas para suas indagações de maneira prática, investigando através de experimentos, não apenas por meios acadêmicos.
Assim, buscando maior compreensão sobre o corpo humano, dissecou mais de trinta corpos (inclusive realizando estudos sobre o crescimento de fetos no útero), o que lhe permitiu retratar com perfeição a figura humana
Realizou muitas pesquisas em áreas como engenharia, arquitetura, urbanismo, hidráulica, matemática, geologia e química. Entretanto, foi nas artes que teve maior destaque.
Seus estudos ambicionavam adquirir mais informações e domínio da natureza para que realizasse sua arte de maneira mais consistente.
Dessa forma, o artista ganhou enorme projeção e reconhecimento na renascença, pois nessa época a valorização da razão, da ciência e do ser humano estava em evidência, o que era mostrado em seu trabalho.
Da Vinci morreu em 1519, na França, com 67 anos. Pode-se dizer que foi um gênio incompreendido, apesar do imenso reconhecimento.
Mona Lisa (La Gioconda, originalmente), data de 1503 e é a obra mais famosa de Leonardo da Vinci, integrando o acervo do Museu do Louvre, na França. A tela, de dimensões reduzidas (77 x 56 cm), exibe a imagem de uma moça da região de Florença.
O trabalho impressiona por conta de seu realismo, harmonia e atmosfera misteriosa. A jovem possui uma feição bastante intrigante que já foi objeto de estudo de muitos pesquisadores, preocupados em investigar quais seriam as emoções exibidas na tela.
A mulher é retratada com extrema harmonia e equilíbrio, simbolizando ao mesmo tempo o enigma da existência humana. Por isso, essa é considerada a maior obra de arte renascentista, visto que no período essas características eram muito valorizadas.
A técnica utilizada pelo artista foi o sfumato (desenvolvida por ele), na qual os degradês de luz são feitos suavemente, conferindo maior fidelidade ao efeito de profundidade. Mais tarde, tal método será utilizado também por outros artistas.
O italiano Michelangelo Buonarroti é também um dos maiores nomes do renascimento no Cinquecentto, última fase da Renascença, ocorrida a partir de 1500.
Foi um artista importante para o período, pois pode traduzir em sua arte toda a sensibilidade e destreza na representação do ser humano.
O fato fica evidente nas palavras de Giorgio Vasari, outro artista dessa época:
A ideia deste homem extraordinário era compor em função do corpo humano e de suas proporções perfeitas, na diversidade prodigiosa de suas atitudes e na totalidade de paixões e exaltações da alma.
Sua carreira artística começou cedo. Aos treze anos era aprendiz do mestre Domenico Ghirlandaio, que lhe passou noções técnicas da pintura de afrescos e de desenho. Entretanto, o curioso artista buscou inspiração ainda em outros nomes, como Giotto, Massaccio e Donatello.
Michelangelo, assim como da Vinci, se dedicou também a pesquisar a anatomia humana, chegando a analisar cadáveres e desenhar a partir de suas observações. Tornou-se profundo conhecedor do corpo, reproduzindo desenhos e esculturas de pessoas em ângulos inusitados com perfeição.
Produziu trabalhos em diversas linguagens artísticas, como a pintura, a escultura e a arquitetura, sendo considerado tão talentoso que foi apelidado de O Divino.
Michelangelo teve uma vida longa e faleceu em 1564, aos 88 anos. Sua sepultura encontra-se na Igreja da Santa Cruz de Florença, na Itália.
Uma das obras de maior destaque e que evidencia a destreza de Michelangelo na representação das figuras humanas é Pietà.
A escultura foi feita em 1499 em mármore e tem dimensões de 174 x 195 cm, podendo ser vista na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Aqui, a cena exibida é a do momento em que Maria segura seu filho Jesus, já sem vida, nos braços. Os corpos são mostrados com exatidão.
O artista conseguiu transformar o rígido mármore em representações de músculos, veias e expressões faciais de maneira impressionante e harmônica.
Outra característica notável no trabalho é a composição em formato de pirâmide, comum em obras na renascença.
Por isso, a obra é uma das mais conhecidas dele, e ao lado de Davi e dos afrescos da Capela Sistina, tornou-se um ícone da cultura renascentista feita pelas mãos do mestre.
Rafael Sanzio foi um artista que demonstrou seu talento quando ainda estudava na oficina do famoso mestre Pietro Perugino, na região italiana de Úmbria.
Foi um artista que desenvolveu com grande sucesso algumas características da pintura renascentista, como o equilíbrio das formas, cores e composição, vendo na simetria um ponto importante a ser trabalhado.
Por volta de 1504, chega a Florença, onde Michelangelo e Da Vinci haviam causado grandes transformações artísticas. Rafael, porém, não se intimidou, e aprofundou seus conhecimentos em pintura.
O artista ficou conhecido por pintar muitas imagens da Virgem Maria (as Madonas). Essas telas possuem doçura e espontaneidade, assim como era a personalidade do pintor.
Em dado momento, Rafael foi convidado a ir para Roma e lá realizou muitos trabalhos para o Vaticano, a pedido do papa Júlio II, e posteriormente de Leão X.
Rafael Sanzio faleceu em 1520, aos 37 anos, no dia de seu aniversário, em 6 de abril.
Uma das obras que mais se destacam em sua produção é A Escola de Atenas (1509-1511). O painel de 770 x 550 cm, foi uma encomenda e encontra-se no Palácio do Vaticano.
A cena mostra um local onde estão presentes diversas personalidades da intelectualidade e filosofia grega, como Platão e Aristóteles, o que evidencia a valorização da cultura clássica presente no renascimento.
Outro ponto importante nessa obra é a maneira como o ambiente foi exibido, retratando grande domínio nas noções de perspectiva e profundidade.