• Julho 5, 2025
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Psicóloga revela como explicar a crianças a morte de figuras públicas

É um dos assuntos do momento e certamente em casa os pais podem estar a ser questionados sobre a morte de Diogo Jota. Para crianças e jovens pode ser um tema complicado e existem melhores formas de conseguir abordar a questão. A psicóloga clínica Filipa Jardim da Silva deixou alguns conselhos sobre como explicar a morte de figuras públicas aos mais jovens.

“Quando morre alguém jovem, admirado, saudável e com filhos pequenos, a dor tende a ser maior. A confusão também. Para todos e todas. E o impacto nas crianças e adolescentes que os seguem pode ser real, mesmo que nunca os tenham conhecido”, começa por dizer na publicação que fez na sua conta de Instagram.

Revelou que as orientações que partilhou podem ser indicadas para as famílias, adultos em geral e até treinadores, no caso de o tema ser falado em treinos, por exemplo.

Desta forma, deu a conhecer algumas das frases que deve dizer neste momento. É o caso de ‘sim, é verdade. O Diogo e o irmão sofreram um acidente e morreram’. Explica que o uso de ‘morreram’ deve ser feito com naturalidade. “Dizer que ‘foram embora’ ou ‘partiram’ pode gerar confusão e medo em idades mais jovens.”

Por outro lado, pode também ser útil dizer ‘não é comum, mas às vezes acontecem acidentes graves e é normal sentirmo-nos tristes, revoltados ou assustados’. Diz que “há que normalizar e acolher as emoções sem anular o medo ou a tristeza”.

Entre também as frases que pode partilhar com os mais novos está ‘a morte faz parte da vida, mas quando acontece tão cedo, é mesmo difícil de entender. Por isso estamos aqui, para conversar sobre isso’. Neste caso, a psicóloga diz que “a presença emocional é mais importante do que explicações perfeitas”.

Por oposição, revelou que deve evitar frases como ‘foi a vontade de Deus’, por “gerar culpa, medo ou zanga espiritual”, ‘agora está num sítio melhor’, já que que “pode confundir e gerar medo da vida”, ou até ‘não penses nisso’, pois pode “bloquear sentimentos só os torna mais pesados e solitários”.

Como alternativa, sugere que seja dada informação que possa ser adaptada à idade em questão. “Com crianças pequenas, usa frases curtas e claras. E com adolescentes, permita debate, dúvidas e espaço para indignação.”

Sempre que existir alguma questão, deverá ser simples e verdadeiro a responder e responder algo como ‘sim, às vezes acidentes acontecem, mesmo com pessoas novas e fortes’.

É ainda importante evitar algum tipo de especulações que podem traumatizar. “Modele a calma e o afeto com o tom de voz, corpo tranquilo e escuta que são âncoras para o cérebro da criança.”

Deixou ainda algumas dicas que podem ser muito úteis para treinadores e professores. No caso de estar a falar com todos, poderá optar por dizer algo como ‘foi uma perda triste, como se sentem? Querem conversar ou fazer uma homenagem simbólica?’

Outro dos desafios está em evitar glorificar a morte trágica. Explica que o “cérebro do adolescente é sensível a ‘heroísmos’ perigosos”. Por fim, aconselhou mais uma frase que oferece segurança aos mais pequenos: ‘nem todas as mortes são assim. Vamos continuar a treinar, a cuidar de nós e uns dos outros’.

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