Compararmo-nos com os outros é um comportamento comum que pode ter efeitos profundos na nossa autoestima e bem-estar emocional. Numa era marcada pelas redes sociais e pela constante exposição Às vidas alheias, a comparação tornou-se uma armadilha frequente.
A comparação é uma característica inerente ao ser humano. No passado, observar e aprender com os outros era essencial para a sobrevivência, no contexto moderno, a frequente comparação desvia-se da sua função original e transforma-se em angústia.
Quando nos comparamos com pessoas que julgamos superiores em algum aspeto é muito fácil sentirmo-nos insuficientes. A comparação frequente destaca as nossas falhas e minimiza os nossos pontos fortes, o que resulta numa imagem distorcida de nós mesmos.
A exposição constante a imagens de sucesso, beleza e felicidade nas redes sociais e à nossa volta, pode fazer-nos sentir deslocados, pode levar-nos a pensar que nunca somos bons o suficiente. Estes pensamentos sufocam-nos, stressam-nos, dão-nos ansiedade e não nos permitem viver a vida com leveza.
Comparar-nos constantemente aos outros pode afastar-nos da nossa verdadeira identidade e essência. Em vez de nos concentrarmos nas nossas metas e valores, tentamos viver de acordo com os padrões e expectativas da sociedade.
Como deixarmos de nos comparar com os outros
Não tenho a resposta certa para isso. O que eu tenho feito é tentar aceitar o que não posso mudar em mim mas, tentar ser a minha melhor versão. Tenho investido cada vez mais no autoconhecimento. Tentar perceber quais as minhas habilidades, objetivos, desejos. Aceitar as minhas forças e fraquezas. Reduzir o tempo que passo nas redes sociais e deixar de seguir perfis que me deixam de alguma forma desconfortável. Tentar ter uma visão mais real e autêntica da vida.
Estudos dizem que devemos focar-nos no progresso pessoal e que compararmo-nos com o nosso eu do passado em vez de com os outros, pode ser uma estratégia mais saudável. Celebrar um progresso pessoal, por menor que seja, “promove uma sensação de realização e autoeficácia”. É sobre reconhecer e valorizar as conquistas, relacionamentos e experiências que tivemos e temos.
A comparação com os outros é uma prática comum e diária, que pode ser prejudicial se não for controlada. Ao redirecionar o nosso foco para o autoconhecimento e progresso pessoal, podemos reduzir o impacto negativo da comparação. Em vez de nos medirmos pelos padrões dos outros, devemos lembrar-nos que cada pessoa tem a sua jornada, a sua história. O que importa no fundo é sermos fiéis a nós mesmos.