Aseleção nacional escreveu, na noite de segunda-feira, uma página importante na história, ao esmagar o Luxemburgo (9-0), em jogo da fase de qualificação para o Euro’2024. Isto porque, diga-se, trata-se da maior vitória de sempre da formação das quinas. Foram nove golos que explicam bem aquilo que foi a noite no Algarve. Um jogo de sentido único. O da baliza adversária, com o guardião Moris a não ter – literalmente – mãos a medir.
Sem Cristiano Ronaldo, que ficou de fora devido a castigo, a seleção nacional confirmou que está em modo passeio nesta fase de qualificação, estando agora a um pequeno passo de confirmar aquela que será a natural presença no Campeonato da Europa que vai acontecer já no próximo verão.
Gonçalo Inácio (2), Gonçalo Ramos (2), Diogo Jota (2), Ricardo Horta, Bruno Fernandes e João Félix foram os autores dos nove golos, tornando-se difícil encontrar um protagonista. No entanto, todo o jogo de Portugal passou pelos pés do camisola 8.
Vamos, por isso, aos protagonistas de uma noite memorável.
A figura
Bruno Fernandes vai crescendo a olhos vistos na seleção nacional e ontem confirmou que é peça basilar com Roberto Martínez. Assistiu para três dos golos (dois de Gonçalo Inácio e um de Diogo Jota) e ainda conseguiu fazer o gosto ao pé em cima do apito final.
O capitão do Manchester United esteve sempre ligado à corrente do jogo, encontrando sempre os colegas em melhor posição para fazer o jogo fluir da melhor maneira. Jogou e fez jogar, assinando uma exibição de mão cheia. Um verdadeiro recital.
A surpresa
Roberto Martínez colocou o peso da ausência de Ronaldo nos ombros de Gonçalo Ramos, anunciando a sua titularidade logo após o jogo com a Eslováquia. Ramos respondeu da melhor forma, com dois golos logo na primeira parte. No primeiro teve sentido posicional e no segundo deixou o marcador direto completamente desorientado antes de atirar a contar uma vez mais. No PSG ainda está a adaptar-se, mas os números na seleção são categóricos: cinco golos em oito jogos.
A desilusão
O guardião do Luxemburgo acaba por ser o grande rosto do desastre que foi a exibição da sua equipa no Algarve. Em grande parte dos golos Moris até fica isento de culpas, mas sofrer nove golos nunca é um bom cartão de visita para qualquer guarda-redes.
Os selecinadores
Roberto Martínez
Martínez voltou à defesa com dois centrais e libertou os jogadores para o momento ofensivo, tendo visto Portugal dizimar o Luxemburgo do primeiro ao último minuto. Pode dizer-se que foi a melhor exibição desde que sucedeu a Fernando Santos no comando técnico da equipa das quinas, mas também vale recordar que o Luxemburgo pouco ou nada fez para contrariar o poderio luso. Ainda aguarda por um ‘teste de fogo’. De todo o modo, seis vitórias, 24 golos marcados e zero sofridos são números expressivos.
Luc Hotlz
O selecionador do Luxemburgo ficou de tal forma em fúria perante a quase dezena de golos sofridos que até abandonou o relvado de forma inesperada após o tento de Bruno Fernandes, aos 83 minutos. Acabaria por regressar, mas aquela imagem não mais sairá da memória de quem assistiu à partida. Abandonar a equipa antes do apito final nunca pode ser a solução.
O árbitro
O inglês John Brooks teve um jogo sem grande trabalho, mostrando ter o critério certo para mostrar o cartão amarelo aos jogadores do Luxemburgo perante as entradas pouco amigáveis sobre Rafael Leão ou Rúben Neves.