No sorriso de uma criança

Opinião 1

No dia 1 de junho celebra-se o Dia da Criança. É também o dia que escolhemos na Operação Nariz Vermelho para celebrar a nossa organização e todo o trabalho que há mais de 20 anos fazemos junto das crianças hospitalizadas, dos seus pais e dos profissionais de saúde. É um dia em que se celebra o bem-estar, os direitos e a alegria das crianças e se reconhece a sua importância na sociedade. Como na Operação Nariz Vermelho é esse o nosso mote, não poderia haver dia mais perfeito para esta comemoração.

Neste dia, o qual intitulamos “Dia do Nariz Vermelho”, lançamos sempre o desafio a todos – escolas, comércio local, grandes empresas, indivíduos: usem o Nariz Vermelho e espalhem humor e alegria por todo o lado. Organizem ou juntem-se a campanhas de angariação de fundos, eventos e festas que promovam a nossa causa. É o dia em que esperamos que toda a gente possa ser contagiada pelo sor(riso) das crianças.

A brincadeira, assim como a criatividade que dela surge, promove o riso, a felicidade e o êxtase nas crianças, assim como permite que possam vivenciar a diversão e o prazer, que são essenciais para o bem-estar geral e para uma benéfica saúde mental. Assim acontece também com o humor, que ajuda as crianças a relaxar, a experimentar menos tensão e a conseguir afastar-se ou lidar melhor com as emoções negativas; é essencial na construção de relações humanas e na partilha de piadas, no “fazer o outro rir”. Seja de forma abstrata ou mais consciente, as crianças compreendem tudo isto e a importância do entendimento positivo, da empatia e da cooperação melhor que ninguém, por isso a enorme habilidade que têm de estarem presentes no momento.

Faz-me pensar numa história que aconteceu esta semana no serviço de pediatria do Hospital de Braga, onde estava a acompanhar o trabalho dos Doutores Palhaços. Iam de quarto em quarto, pelos corredores do internamento, a fazer o que fazem tão bem, levar alegria a quem mais precisa – as crianças. Uma delas, o Gustavo, menino feliz e sorridente, não teria mais de oito anos, estava especialmente entusiasmado com os Doutores Palhaços nessa manhã, tanto que, quando deixaram o seu quarto, decidiu segui-los, feliz, pelo corredor. Focado em não perder um minuto de palhaçada, sem conter o excitamento na voz, chega à porta do quarto de um seu colega de internamento e, sem rodeios, pergunta-lhe: – Olá Afonso, posso vir aqui para o teu quarto um bocadinho? É que vêm aí os Doutores Palhaços e quero vê-los de novo contigo.

Não sei se foi o deslumbramento nos olhos, a genuína curiosidade aliada ao caráter destemido, ou ainda a capacidade de apreciar as pequenas coisas. O que sei, aliás, tenho a certeza, é de que pequenos episódios como estes, estas pequenas histórias, emocionam de verdade, porque trazem à superfície tudo o que há de melhor e mais puro da criança. É nesse sorriso de cumplicidade entre o Gustavo e o Afonso, que representam centenas de outros como eles, que encontramos a verdadeira magia de ser-se Criança.

 

Luiza Teixeira de Freitas

Feliz Dia da Criança! Feliz Dia do Nariz Vermelho!

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