Se há superfície onde o sérvio, recordista de títulos do Grand Slam com mais um troféu do que o espanhol Rafael Nadal, está completamente à vontade é nos ‘courts’ do terceiro ‘major’ da temporada, que arranca na segunda-feira e decorre até 16 de julho. Depois dos 10 títulos do Open da Austrália, é em Wimbledon que tem tido maior sucesso e, este ano, chega ao torneio londrino com 28 encontros ganhos e quatro títulos conquistados.
O segundo cabeça de série vai iniciar a defesa do título na segunda-feira, na abertura da jornada no ‘court’ central, diante do argentino Pedro Cachín, 67.º colocado no ‘ranking’ ATP, mas é apontado como o grande favorito a vencer o torneio britânico, que só por uma vez perdeu na final, em 2013.
Depois de vencer o Open da Austrália em janeiro, o tenista de Belgrado, de 36 anos, conseguiu desempatar em Roland Garros o registo de 22 ‘majors’ que partilhava com o esquerdino de Manacor, e agora volta a ter novamente um novo confronto com a história, já que poderá igualar as oito vitórias de Roger Federer em Wimbledon e as 24 vitórias de Serena Williams no Grand Slam.
Entre Novak Djokovic e a eventual nova página na história do ténis mundial volta a estar o espanhol Carlos Alcaraz, o líder do ‘ranking’ ATP e um dos mais fortes candidatos a chegar às rondas finais da 136.ª edição do torneio londrino.
Ao contrário de Djokovic, que não joga desde o triunfo na terra batida parisiense e aproveitou para descansar nos Açores, o tenista de Múrcia, que colapsou física e mentalmente nas ‘meias’ de Roland Garros frente ao sérvio, voltou aos courts com uma vitória em Queen’s e desistiu da presença num torneio de exibição esta semana, de maneira a resguardar-se fisicamente para aquela que será a terceira participação no torneio inglês.
Depois da derrota de há um ano frente ao italiano Jannik Sinner na quarta ronda, Carlos Alcaraz, de 20 anos, vai iniciar o seu percurso na terça-feira contra francês Jeremy Chardy (534.º ATP), que desde o Open dos Estados Unidos de 2021 só fez cinco encontros (uma vitória e quatro derrotas) e já anunciou a retirada do ténis no final de 2023.
Além do jovem espanhol, e tendo em conta a ausência de Rafael Nadal, a recuperar de uma intervenção cirúrgica, Jannik Sinner (8.º ATP), só derrotado pelo sérvio nos quartos de final em 2022, o anfitrião Cameron Norrie (13.º), semifinalista há um ano, o russo Daniil Medvedev (3.º), o norueguês Casper Ruud (4.º) e o grego Stefanos Tsitsipas (5.º) estão entre os teóricos candidatos à discussão pelo título.
Já o vice-campeão em título, o australiano Nick Kyrgios, que só jogou um encontro desde outubro de 2022 e está a recuperar de uma lesão no joelho esquerdo, não deverá apresentar-se em condições ideais que permitam estar à altura de defender o seu melhor resultado individual no Grand Slam.
Na competição feminina, a polaca Iga Swiatek, a bielorrussa Aryna Sabalenka, número um e dois do mundo, respetivamente, e a cazaque Elena Rybakina, campeã em título, assumem o principal favoritismo na relva londrina.
Embora tenha desistido da meia-final do Bad Homburg Open, depois de ter passado mal a noite com febre e uma eventual intoxicação alimentar, Swiatek conquistou o seu quarto título do Grand Slam em Roland Garros e chega ao All Engand Club com uma sequência de 10 vitórias consecutivas.
Enquanto a polaca vai defrontar na abertura a chinesa Lin Zhu (33.ª WTA), Sabalenka tem encontro marcado com Panna Udvardy naquela que poderá ser uma longa caminhada em Wimbledon, após o triunfo no Open da Austrália e a meia-final no major parisiense já esta época.
Já Rybakina, depois de se retirar com um vírus da quarta ronda de Roland Garros, vai defrontar a norte-americana Shelby Rogers no seu regresso ao All England Club, onde conquistou o seu único título do Grand Slam, antes de se sagrar, este ano, vice-campeã do Open da Austrália.