“Surrealismo: Um Salto no vazio” integrará obras de artistas de cerca de uma dezena de países, disse à agência Lusa uma das curadoras da exposição, Marlene Oliveira.
A exposição ficará em Famalicão até 16 de março de 2025, seguindo depois para a Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, a Bienal de Cerveira e Fundação Eugénio de Almeida, em Évora.
“A ideia é chegar ao Norte, ao Centro e ao Sul, porque esta será a única exposição no país para comemorar” cem anos de surrealismo, referiu Marlene Oliveira, que assume a curadoria da mostra com Perfecto Cuadrado e Miguel de Carvalho.
Em 2024, cumprem-se cem anos da publicação do Primeiro Manifesto do Surrealismo, de André Breton. “Esta obra marca a teorização deste movimento revolucionário […], artístico e literário, [que] visa essencialmente a libertação da existência humana e a consequente transformação sociocultural do Mundo”, lê-se na apresentação da mostra.
“O surrealismo não é um movimento estético, mas sim um movimento ético e moral, de liberdade de expressão”, explicou Marlene Oliveira.
Na exposição, a Fundação Cupertino de Miranda apresenta obras emblemáticas que retratam o espírito subversivo e a liberdade criativa que definem o surrealismo como um dos mais vanguardistas do século XX.
“Está reunida uma vasta seleção de obras de artistas e autores portugueses e estrangeiros, cujas criações estão intimamente ligadas ao surrealismo, desde os seus primórdios até à contemporaneidade”, refere a fundação.
A inauguração de “Surrealismo: Um Salto no Vazio” está marcada para sábado, às 17:00, na Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão, com entrada livre.
A Fundação Cupertino de Miranda, que alberga uma coleção do surrealismo com cerca de 3.000 obras assinadas por mais de 130 artistas, deu também origem ao Centro de Estudos do Surrealismo e, daí, ao Centro Português do Surrealismo.
Entre o património da fundação contam-se acervos artísticos e documentais de figuras-chave do surrealismo como Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas, assim como a biblioteca de Ernesto Sampaio, entre outros arquivos pessoais como os dos artistas Gonçalo Duarte, Eurico Gonçalves, Fernando Lemos e Julio.
“A par da atividade artística, o CES desenvolveu esforços no sentido de tornar a Fundação Cupertino de Miranda – e mais particularmente a sua biblioteca -num centro de documentação de toda a atividade que diga respeito ao surrealismo”, promovendo “o estudo e a investigação”, lê-se na sua página.