Os dois homens e uma mulher, com idades entre os 20 e os 40 anos, são suspeitos de crimes de branqueamento de capitais, abuso de cartão de garantia ou de cartão, dispositivo ou dados de pagamento agravado e falsidade informática, segundo uma nota divulgada na página da internet da Procuradoria-Geral Regional Distrital de Lisboa.
Os três suspeitos, através da “criação de uma página que se assemelhava à página ‘online’ da Caixa Geral de Depósitos tinham como propósito acederem a senhas, nomes de usuário, códigos de matriz, de forma a entrarem nas contas e obterem dados pessoais dos lesados”.
Os arguidos entravam em contacto com o titular da conta, apresentando-se como funcionários do banco e pediam ao cliente que confirmasse alguns movimentos bancários da conta, alertando depois para o facto de que alguém estaria a tentar realizar transferências fraudulentas.
“De forma a ‘cancelar’ essa transferência, os arguidos enviavam um ‘link’ para o lesado aceder e seguir as instruções”, segundo a mesma nota.
Deste modo, os suspeitos redirecionavam os clientes para a página parecida à do ‘homebanking’ da Caixa Geral de Depósitos, onde a informação disponibilizada permitia iludi-los quanto aos procedimentos a concretizar, levando-os a inserir códigos de validação de transferências bancárias à sua revelia no sistema informático bancário.
Foram realizados movimentos de transferência bancária no valor de 125 mil euros com destino a diversas contas de ‘money mulles’, ou seja, indivíduos que facultaram as suas contas a troco de contrapartidas/vantagens patrimoniais.
A investigação iniciou-se em janeiro de 2024 na sequência de uma comunicação de uma empresa nacional alvo de ‘phishing/smishing’ bancário, de acordo com uma nota da Polícia judiciária de 20 de novembro, dia em que foram efetuadas as detenções.
Na sequência do interrogatório judicial, o juiz de instrução criminal aplicou aos três arguidos as medidas de coação de obrigação de apresentações bissemanais às autoridades policiais nas áreas de residência e proibição de contactos entre si e com os arguidos identificados no despacho de indiciação, bem como de quaisquer outros suspeitos já identificados no processo.
Os dois homens, de nacionalidade estrangeira, ficaram ainda proibidos de saírem do país e a entregarem os passaportes.
As detenções foram realizadas no âmbito da operação denominada “Fora da Caixa”, que envolveu a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica, em cooperação com o Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.