Exposição em Lisboa celebra centenário e legado da Disney

É gratuita e pode ser visitada até este domingo, dia 12. O Notícias ao Minuto teve a oportunidade de conversar com Didier Ghez, um historiador da Disney.
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A The Walt Disney Company tem uma exposição muito especial a acontecer no centro de Lisboa. De forma a celebrar os 100 anos da empresa, a The Walt Disney Company criou uma pequena exposição na Praça dos Restauradores onde apresenta alguns dos momentos mais marcantes da sua história.

Entre os momentos destacados por esta exposição encontramos o lançamento de ‘A Pequena Sereia’ em 1989, assim como as estreias nas salas de cinema nos anos 1990 de filmes como ‘A Bela e o Monstro’, ‘O Rei Leão’ e também ‘Toy Story’. Há outros filmes a serem alvo de destaque, como ‘A Princesa e o Sapo’, ‘Frozen’ e o recente ‘Encanto’.

“Neste momento tão especial, não podemos deixar de agradecer aos fãs e às famílias portuguesas que contribuíram para tornar este sonho realidade. Através de imagens dos últimos 100 anos esperamos que fãs de todas as idades possam celebrar connosco as histórias intemporais e as personagens inesquecíveis que nos têm divertido e inspirado ao longo das últimas décadas”, afirma o VP General Manager da The Walt Disney Company Portugal, Luís Fernambuco.

A exposição é gratuita e pode ser visitada até este domingo, dia 12.

Notícias ao Minuto© Disney

Cem anos de Disney e de impacto cultural

Foi a propósito desta exposição que o Notícias ao Minuto teve a oportunidade de falar com Didier Ghez, um historiador em tudo o que é Disney e que respondeu a algumas perguntas sobre o que é, afinal, pesquisar sobre a história de uma empresa que, indubitavelmente, teve um impacto cultural como poucas outras tiveram.

Como é que se chega ao estatuto de historiador da Disney?

Com mais de 35 anos a estudar e a pesquisar a história da Disney. Quando era adolescente comecei a dar-me conta que todos os filmes e BD com que tinha crescido tinham artistas fascinantes e interessei-me em saber mais.

Tive a sorte de crescer em Paris, onde abriu um estúdio que abriu no final dos anos 1980 e início dos 1990 e deu-me a oportunidade de entrevistar alguns dos artistas na cidade. Apercebia-me que muitos dos livros que consultava tinham informações repetidos, o que me levou a completar com mais ilustrações, entrevistas e dados que ia recolhendo. Alguns amigos chamam-me ‘Indiana Jones da história da Disney’.

Que ‘eras douradas’ é que reconhece na história da Disney, além que temos no final dos anos 1980 e início dos 1990?

O primeiro período de ouro são os anos 1930. O Mickey foi criado nos anos 1920, mas só se tornou mais famoso um pouco depois. É uma época em que é lançada a curta-metragem de maior sucesso com ‘Os Três Porquinhos’ em 1933, com a criação do Pato Donald em 1934 e com a estreia da primeira longa-metragem com ‘A Branca de Neve’ em 1937.

Também em 1989 e até ao final dos anos 1990 houve um período de ouro, começando com o lançamento de ‘A Pequena Sereia’. Mas isso já foi depois da morte do Walt Disney.

Como é que um historiador da Disney vê a mudança que assistimos nos últimos anos, em que a empresa é sinónimo de filmes da Marvel. Continua a ser uma influência cultural, mas considera que a Disney tem uma presença tão forte como anteriormente?

Cada vez que a Disney parou de inovar – o que aconteceu nos anos 1970 em que estava ao ponto de falir – correu o risco de desaparecer enquanto empresa e influenciador cultural. É fundamental continuar a inovar e é algo que estão a fazer com as aquisições da Marvel e da Lucasfilm. Estão a conquistar novos públicos e territórios criativos.

A Disney continua a influenciar a cultura popular. A nível pessoal não estou tão interessado na Marvel quando comparado com as personagens criadas pelo Walt Disney, mas é fundamental para a Disney continuar a conquistar novos públicos – não estar limitada a famílias com crianças, mas também adolescentes e jovens adultos. Deste ponto de vista é algo excelente.

O ‘Fantasia’ é um dos filmes mais interessantes do acervo da Disney. É um projeto muito particular, criativamente e artisticamente distinto – em que condições é que algo assim é criado? É algo que é música, é animação… É uma sinestesia muito interessante…

Para explicar esta história tenho de lembrar que, pouco depois da criação do Mickey Mouse em 1928, o Walt Disney lançou uma série em 1929 uma série chamada de Silly Symphonies. O que está no coração desta série é a música – música clássica, na verdade.

O Walt Disney começa a experimentar com música clássica desde muito, muito cedo. No final dos anos 1930, o Rato Mickey já não tinha a mesma força – sobretudo porque o Donald Duck tinha uma personalidade mais forte e com que o público se relacionava mais. Para revitalizar o Mickey, o Walt Disney tem uma ideia a partir de uma música de que gosta muito de Paul Dukas, chamada de ‘Aprendiz de Feiticeiro’, e decide fazer uma curta metragem sobre este tema. Assim, o Walt Disney contactou o diretor de orquestra Leopold Stokowski para trabalhar neste tema.

O Walt Disney era um criativo fantástico, mas também tinha conta dos aspetos financeiros e dá-se conta que produzir só uma curta metragem como esta não funciona – a nível económico, de distribuição, etc. Então decide não fazer uma única sequência e sim fazer um filme inteiro com música clássica. Conversa com o Stokowski e da ideia resulta na obra que conheces hoje como ‘Fantasia’.

Que futuro para a Disney?

O ‘Fantasia’ acaba por funcionar como um símbolo interessante do poder que a Disney teve ao longo dos últimos cem anos. Tal como a música e a animação têm o poder de cativar qualquer pessoa – independentemente da língua, etnia e região – a história da Disney é feita deste mesmo nível de penetração do imaginário das pessoas.

Tendo em conta que a Disney continua a apresentar com frequências novas histórias, estilos de animação e integrar música nos seus filmes, é previsível que a empresa conhecida pelo Rato Mickey.

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