Certificados de Aforro. Transmite “imagem de subserviência aos bancos”

A mudança acontece, disse o comentador Luís Marques Mendes, numa altura em que os bancos perdiam dinheiro para os certificados e alguns banqueiros já tinham vindo a público "queixar-se".
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Luís Marques Mendes comentou, este domingo, a polémica dos Certificados de Aforro – com juros mais baixos -, considerando que a decisão transmite uma “imagem de subserviência aos bancos”.

“Até pode não ser assim, mas a percepção que fica é essa”, disse. Tal acontece, referiu, numa altura em que os bancos perdiam dinheiro para os certificados e alguns banqueiros já tinham vindo a público “queixar-se”.

“Obviamente que isto é visto como uma cedência aos bancos. E isto não é bom para o Governo”, asseverou.

O comentador mostrou ainda que os juros dos depósitos a prazo situam-se apenas nos 0,9%, os segundos mais baixos da Zona Euro, e que, com esta alteração, os juros máximos dos Certificados de Aforro passam a 2,5%.

“A classe média é fortemente afetada”, lembrou, dizendo que esta situação “não é aceitável”, defendendo, contudo, que os mesmos devem ter lucro.

“Comissões altas, depósitos baixos e atualizações modestas de salários, não é uma boa imagem”, frisou.

Procuradora-Geral da República fez “confissão de incapacidade”

Outro tema abordado pelo antigo líder do Partido Social Democrata (PSD) foi a operação Tutti-Frutti, dizendo que a Procuradora-Geral da República “interveio tarde”. Sobretudo, disse, “foi uma intervenção infeliz”, tal como o é a escolha de Lucília Gago para o cargo.

“Num processo que é delicado, em que as pessoas ficam chocadas, vem dizer ‘não há meios'”, atirou.

“Isto é uma confissão de incapacidade porque falta de meios existe em qualquer departamento do estado. Segundo, é mais um megaprocesso. Este é outro erro imperdoável. Já temos vários exemplos destes que demoram eternidade nos tribunais”, disse.

Para Marques Mendes, este processo devia estar dividido em várias partes com prioridade para os casos de negócios e de recebimento indevido de vantagens.

Por seu lado, acredita que Luís Montenegro foi corajoso neste tema. “Mandou fazer um inquérito que não sei de terá resultados, mas fez o que tinha de fazer”, afirmou.

Além disso, tirou a confiança política ao deputado Joaquim Pinto Moreira. “Provavelmente, não tinha alternativa, mas agiu bem.”

Por fim, a “melhor decisão” do líder do PSD, esta semana, foi a de deixar de falar de “casos e casinhos” e falar da urgência de baixar impostos. “Quem quer ser primeiro-ministro tem de falar dos assuntos que realmente interessam às pessoas, e não dos temas da bolha política e mediática”, disse ainda.

Por fim, o comentador abordou a greve aos exames. “É mau para todos. Escola, alunos, famílias e professores. Vai ser um pandemónio”.

Esta situação é fruto de duas coisas: “da teimosia e arrogância do ministro da Educação, que já devia ter tido mais abertura ao diálogo e à negociação” – mas também dos dirigentes sindicais.

Os professores têm “razão”, mas os seus dirigentes sindicais – STOP e Fenprof – exageraram na competição que travam uns com os outros para “ver quem é mais radical”. Aqui, e perante atuais circunstâncias, disse, o Presidente da República deveria intervir.

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