Oito dos 11 membros do movimento Climáximo envolvidos no bloqueio da Avenida Duarte Pacheco, em Lisboa, em dezembro de 2023, foram na segunda-feira condenados a pena suspensa de ano e meio, pelo crime de atentado à segurança de transporte rodoviário.
Se neste período reincidirem em protestos do mesmo género, correm o risco de cumprir pena efetiva.
Na leitura da sentença, no Juízo Local de Pequena Criminalidade de Lisboa, o juiz Afonso Nunes considerou que “se assiste aos arguidos o direito de se manifestar, também há o direito a circular livremente. (…) O direito de circulação tem de prevalecer sobre o direito à manifestação, por este estar a impedir outros direitos, como o direito ao trabalho”.
O magistrado afirmou que este tipo de ações “têm de passar a ser mais severamente punidas pelos tribunais, no sentido de colocar um travão”.
Lembrou que o desrespeito pela lei não é a melhor forma de luta.
“Há outras maneiras, esta é que não é admissível de todo. Não percebo porque é que o fazem.”
Uma das condenadas, Maria Mesquita, disse à saída do tribunal: “A vida das pessoas que eu amo é em tudo superior a uma ameaça de pena de prisão. Vamos continuar a resistir pela nossa vida, a fazer tudo aquilo que podemos para salvar tudo aquilo que amamos.” A defesa vai recorrer da sentença.
VANDALISMO
O movimento pelo clima já realizou várias ações de vandalismo contra sedes de empresas, como a EDP ou Galp.
INVASÕES
Membros do Climáximo já invadiram ministérios e outras entidades, como a Ordem dos Contabilistas.
PELA PALESTINA
Os membros do Climáximo têm participado em ações de vandalismo e de protesto ao lado de grupos pró-Palestina e anti-Israel.