Foi uma noite de terça-feira de pesadelo no Estádio de Alvalade. O Sporting sofreu uma copiosa goleada em casa frente Arsenal (5-1), na quinta jornada da fase de liga da Liga dos Campeões. Foi a primeira derrota da época dos verde e brancos nesta prova.
Os últimos duelos com formações ingleses traziam boas memórias aos campeões nacionais. O Manchester City tinha saído humilhado de Alvalade na despedida de Ruben Amorim (4-1) e, já na época transata, o próprio Arsenal tinha sido eliminado pelo conjunto português na Liga Europa com ajuda do golaço de Pote de que todos nos lembramos.
Mas a exibição da noite transata esteve muito longe das duas que aconteceram contra os gunners em 2023/24. O primeiro teste de João Pereira na prova milionária era exigente e a vitória na última ronda contra o City era um aviso sério ao clube de Mikel Arteta. Mas do outro lado estava um Sporting irreconhecível e que nunca foi capaz de contrariar o poderio do adversário.
Resultado final? O Sporting averbou a primeira derrota nesta edição da Liga dos Campeões. Ao segundo jogo de João Pereira no comando técnico, houve direito a uma queda com estrondo e também ao segundo desaire da época. Martinelli (70), Havertz (22′), Gabriel (45+1′), Saka (de penálti, aos 65′) e Trossard (82′) marcaram os golos dos londrinos.
Aos 47 minutos, Gonçalo Inácio foi o autor do tento de honra dos verde e brancos e ainda ameaçou a reviravolta leonina, à semelhança do que tinha acontecido diante do Manchester City. Os leões voltaram melhor do tempo de descanso, mas o penálti de Saka, pouco depois da hora de jogo, sentenciou o encontro. Trossard fecharia a contagem.
O Sporting, que ainda não tinha sido derrotado no tempo regulamentar na época 2024/25, teve um verdadeiro banho de realidade. O resultado pesado deixa os lisboetas, para já, no oitavo posto, com 10 pontos e ainda a sonhar com a ida direta aos oitavos de final.
Mas vamos às notas da partida:
Figura
Bukayo Saka foi uma autêntica dor de cabeça para a defesa leonina. Na primeira parte, o lado direito do ataque dos gunners, onde surgiam Maxi Araújo e Morita, fez o que quis da defesa contrária que foi incapaz de segurar o internacional inglês. Construiu quase sozinho a jogada do 2-0 e ainda fez o gosto ao pé de penálti.
Surpresa
Gabriel Magalhães foi uma autêntica sombra de Gyokeres. Se o sueco não foi tão eficaz como em jogos anteriores, muito se deve ao brasileiro. A marcação apertada a Gyokeres fez efeito. E a cereja no topo do bolo? Festejou como o jogador que estava a marcar.
Desilusão
Diomande foi o ponto fraco do Sporting nesta partida. Errático nos passes e abordagens, o marfinenses esteve a anos-luz das exibições positivas que já realizou. Cometeu uma falta desnecessária sobre Odegaard que acabou por cortar o ascendente da equipa após o golo de Gonçalo Inácio.
Treinadores
João Pereira
À semelhança de Ruben Amorim, estreou-se na Europa com uma goleada – os leões tinham perdido para o Ajax por 5-1 – e leva para casa uma derrota pesada um pouco por culpa própria. O Sporting deu 45 minutos de avanço ao rival e a este nível isso paga-se caro. Os leões entraram mal na partida e não conseguiram igualar as melhorias apresentadas no segundo tempo. A segunda parte ainda deu laivos de remontada, mas o adversário soube ferir no momento ideal para arrecadar a vitória.
Mikel Arteta
Sem complicar muito, o Arsenal deu uma lição tática aos verde e brancos, nomeadamente na primeira parte. O clube londrino fez o que quis do jogo desde o apito inicial. Marcou cedo, controlou as incidências na partida desde então e voltou a ferir o adversário à beira do intervalo. Viu o adversário ressurgir com alguma pujança, mas teve a experiência necessária para, com calma e tranquilidade, colocar um ponto final no encontro.
Arbitragem
Esperava-se mais de um árbitro com a experiência de Szymon Marciniak. Teve algumas decisões técnicas questionáveis, mas sem influência no resultado final. Ainda assim, foi permissivo ao ponto de deixar os jogadores do Arsenal perdessem demasiado tempo.