Segundo o relatório ‘Assinalado e ignorado: Testando a resposta da X às violações de sanções da UE’, mais de 100 conteúdos publicados na rede social X, provenientes de meios de comunicação social estatais russos e de atores de desinformação que não cumprem as regras europeias, continuam a aparecer na plataforma, apesar de terem sido denunciados à empresa.
Neste sentido, foram identificadas “125 publicações que violam claramente as sanções” europeias na plataforma detida por Elon Musk, algumas delas incluíam programas da emissora estatal Russia Today (RT), banida pela UE deste a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Os investigadores informaram a rede social de todas as publicações consideradas ilegais ao abrigo da Lei dos Serviços Digitais da Europa (DSA), sendo que apenas 57% destas denúncias receberam recibos de confirmação de reação, tendo algumas das repostas da plataforma surgido em apenas dois minutos, apontando para revisões de conteúdo automáticas.
Entre as 125 publicações, apenas uma foi removida pelo X, tendo a empresa referido não haver violação da legislação das regras em vigor na UE.
“Os resultados desta experiência de comunicação sugerem que os atuais mecanismos de moderação do X não estão suficientemente equipados, ou que a plataforma não está potencialmente disposta a aplicar políticas relacionadas com sanções à escala”, lê-se no documento, desenvolvido pelo grupo alemão sem fins lucrativos WeMove Europe.
A rede social X está sob investigação pela Comissão Europeia devido à alegada violação do DSA, sendo que em janeiro o Ministério Público francês também lançou uma investigação depois de o algoritmo do X ser usado para fins de interferência estrangeira.
Ao abrigo da regulação europeia, o X é considerado ‘Very Large Online Platform’ (VLOP) e, como tal, é legalmente obrigado a mitigar os riscos sistémicos na sua plataforma e investigar as denúncias de conteúdo.
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