Os dados constam no Relatório de Desenvolvimento Humano divulgado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que dá conta que, entre os países lusófonos, apenas Cabo Verde desceu na classificação de IDH, passando da posição 131 para a 135, numa avaliação que se centra no desempenho dos países em 2023.
Num ‘ranking’ liderado pela Islândia, Portugal ocupa agora a 40.ª posição face à 42.ª registada no relatório anterior, seguindo-se o Brasil na lista de Estados da CPLP com melhor índice, subindo do 89.º lugar para o 84.º.
A Guiné-Equatorial manteve-se na 133.ª posição, Cabo Verde desceu da 131.ª para a 135.ª, São Tomé e Príncipe permaneceu no 141.º lugar e Timor Leste subiu do 155.º para o 142.º lugar.
Ainda na lista de países lusófonos que subiram no ‘ranking’ da PNUD está Angola, que passou da 150.ª posição para a 148.ª, Guiné-Bissau (da 179.ª para 174.ª) e, por último, Moçambique, que subiu uma posição (183 para 182).
Portugal é o único país lusófono na categoria de Desenvolvimento Humano “muito elevado”, o Brasil é o único em “elevado”, e Guiné-Equatorial, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Timor Leste estão na lista de países que registaram um Desenvolvimento Humano “médio”.
Guiné-Bissau e Moçambique são os membros da CPLP incluídos na categoria de Desenvolvimento Humano “baixo”, que é encerrada pelo Sudão do Sul na última posição (193.ª).
A África Subsariana é, cronicamente, a região com o mais baixo IDH em todo o mundo.
Os dados integram Relatório de Desenvolvimento Humano de 2025 — “Uma Questão de Escolha: Pessoas e Possibilidades na era da Inteligência Artificial” —, que analisa o progresso numa variedade de indicadores conhecidos como Índice de Desenvolvimento Humano, que engloba conquistas em saúde, educação e nível de rendimentos.
O documento revela uma estagnação no IDH em todas as regiões do mundo, ao mesmo tempo que mostra que a Inteligência Artificial (IA) “pode reativar o desenvolvimento”.
Em vez de uma recuperação sustentada após o período de crises excecionais de 2020-2021, o relatório revela um progresso “surpreendentemente fraco”.
Excluindo os anos de crise da pandemia de covid-19, “o crescimento global do desenvolvimento humano projetado neste ano é o menor desde 1990” diz o documento, indicando ainda um aumento das desigualdades entre países ricos e pobres.
Pelo quarto ano consecutivo, a desigualdade entre países com IDH Baixo e Muito Alto continua a crescer, revertendo uma tendência de longo prazo de redução dessas disparidades.
“Diante desse cenário global turbulento, precisamos urgentemente de explorar novas formas de impulsionar o desenvolvimento,” afirmou o chefe global do PNUD, Achim Steiner, apontando para as potencialidades da IA: “Embora a IA não seja uma solução mágica, as escolhas que fizermos poderão reacender o desenvolvimento humano e abrir novos caminhos e possibilidades”.
A disponibilidade de dados para o desenvolvimento de IA num país depende de diversos fatores, como por exemplo a disponibilidade de dados, que varia consideravelmente entre países e regiões.
De acordo com o relatório, a África Subsaariana está a progredir na disponibilidade de dados e infraestrutura, mas ainda apresenta grandes lacunas.
Essas disparidades decorrem de diferenças no compromisso dos Governos com dados abertos, capacidades de gestão de dados e acesso à tecnologia.
Em março de 2024, os Estados Unidos hospedavam cerca de metade dos ‘data centers’ globais, refletindo a concentração dessa infraestrutura.
“Embora a computação em nuvem flexibilize o vínculo entre a localização física dos ‘data centers’ e o uso de dados, apenas 5% dos talentos de IA de África têm acesso ao poder computacional para tarefas complexas de IA”, frisa o relatório.
Contudo, a democratização da IA já está em andamento, diz o relatório, sublinhando que cerca de um em cada cinco inquiridos relatou já utilizar Inteligência Artificial.
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