O Governo israelita acusou hoje o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, de colocar-se ao lado do Hamas ao pedir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A Faixa de Gaza continua a ser palco de vários confrontos desde o fim das tréguas entre Israel e o Hamas, há cerca de uma semana. O ministério da Saúde do enclave palestiniano revelou que mais de 300 pessoas morreram e meio milhar ficaram feridas nas últimas horas.
Por sua vez, a União Europeia (UE) adicionou, na sexta-feira, dois responsáveis do braço armado do grupo islamita Hamas à lista de terroristas, na sequência dos ataques a Israel a 7 de outubro.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, lamentou a decisão dos Estados Unidos de rejeitar o apelo ao cessar-fogo em Gaza, lançado pelo secretário-geral da ONU, e insistiu na via do diálogo.
EM DIRETO
O Governo israelita acusou hoje o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, de colocar-se ao lado do Hamas ao pedir um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
“O apelo de Guterres, ao colocar-se ao lado do Hamas e solicitar um cessar-fogo, desonra a sua posição”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, na rede social X.
O Irão alertou hoje para a possibilidade de “uma explosão incontrolável” no Médio Oriente se os Estados Unidos continuarem a apoiar Israel na guerra contra o grupo islamita palestiniano Hamas em Gaza.
“Enquanto os Estados Unidos apoiarem os crimes do regime sionista e a continuação da guerra (…) existe a possibilidade de uma explosão incontrolável da situação na região”, afirmou o chefe da diplomacia iraniana.
Israel atacou alvos do Hezbollah no Líbano durante a noite, incluindo um local usado como quartel-general operacional, informou um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), citado pelo The Guardian.
Israel também respondeu aos lançamentos do Líbano em território israelita durante a noite, acrescentou.
Avril Benoît, diretora executiva dos Médicos Sem Fronteiras dos EUA, afirmou, este sábado, que a decisão dos EUA de vetar uma resolução da ONU que apela a um cessar-fogo “torna-os cúmplices da carnificina em Gaza”.
“Israel continuou a atacar indiscriminadamente civis e estruturas civis, a impor um cerco que equivale a uma punição coletiva para toda a população de Gaza, a forçar deslocações em massa e a negar o acesso a cuidados médicos vitais e a assistência humanitária. Os EUA continuam a fornecer apoio político e financeiro a Israel à medida que prossegue as suas operações militares, independentemente do terrível custo para os civis. Para que os voluntários possam responder às necessidades esmagadoras, precisamos de um cessar-fogo agora. O veto dos EUA torna-os cúmplices da carnificina em Gaza”, frisou, em comunicado citado pelo The Guardian.
Um ataque israelita na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, matou seis pessoas, enquanto outras cinco morreram num ataque separado em Rafah, afirmou o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, no sábado, citado pelo The Guardian.
O último número de mortos em Gaza foi estimado em 17.487 pessoas, a maioria mulheres e crianças.
A China expressou hoje “profunda deceção” com o veto dos EUA a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para um cessar-fogo imediato em Gaza, apresentada pelos Emirados Árabes Unidos e patrocinada por 97 países membros.
A proposta “reflete o apelo universal da comunidade internacional e representa a direção certa para o restabelecimento da paz”, afirmou o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, citado pela televisão estatal CGTN.
Dezenas de manifestantes pró-Palestina, maioritariamente mulheres, protestaram ao final da tarde de sexta-feira em frente à sede da ONU, em Nova Iorque, “indignados” com o veto norte-americano a uma resolução que exigia um cessar-fogo em Gaza.
“Como cidadã norte-americana, estou indignada, muito desapontada e envergonhada com o veto dos Estados Unidos e é por isso que estou aqui a protestar”, disse à agência Lusa Alina, de 29 anos.
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