Presidente preocupado com consumo e tráfico de drogas em Moçambique

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, disse hoje que os dados disponíveis no país sobre o abuso e tráfico de drogas são "bastante preocupantes", alertando para um "consumo mais expressivo" entre os jovens.
Droga

“As drogas afetam todos os estratos sociais, no entanto, o seu consumo é mais expressivo nos jovens do sexo masculino”, disse o chefe de Estado, em mensagem alusiva ao Dia Internacional de Luta contra o Abuso e Tráfico de Drogas.

O estadista apelou para que os adolescentes e jovens se distanciem das drogas e para que os dependentes procurem tratamento, pedindo também que os pais e encarregados de educação acompanhem de perto os seus filhos para evitar que “caiam nas redes dos traficantes e consumidores” de estupefacientes.

“Os dados disponíveis em Moçambique relativamente ao abuso e tráfico das drogas, incluindo o álcool, são bastante preocupantes, apesar do notável incremento de esforços para a prevenção e repressão”, referiu Filipe Nyusi.

Mais de 2,5 toneladas de cocaína, heroína e canábis foram apreendidas em Moçambique em 2023, crescendo face a 2022, avaliadas em 1.816 milhões de euros, indica-se no relatório do Ministério Público consultado pela Lusa.

“O perfil de pacientes com perturbação mental e de comportamento devido ao uso de substâncias psicoativas no país continua a ser maioritariamente constituído por pacientes do sexo masculino com idade compreendida entre os 21 e 30 anos”, lê-se no relatório, enviado à Assembleia da República.

Para o Presidente de Moçambique, no combate contra o tráfico e consumo de drogas, a colaboração entre as estruturas competentes e as comunidades é fundamental.

“Como Governo, continuaremos a prestar atenção ao combate às drogas porque investir na luta contra o abuso e tráfico de drogas é investir num Moçambique são e harmonioso, hoje e no futuro”, concluiu Filipe Nyusi.

No relatório anual do Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga é referido que “foi registado um aumento considerável do número de detenções por tráfico internacional de drogas” em 2023 e que “os traficantes têm continuado a procurar usar o país para trânsito de drogas para diferentes partes do mundo”.

No âmbito do crime de consumo e tráfico de drogas, 923 pessoas, 64 das quais mulheres, foram detidas em 2023 pela polícia moçambicana, números que representam uma ligeira redução face ao ano anterior, sendo que 306 encontram-se em prisão preventiva e 617 foram condenados.

Segundo o relatório, os traficantes de droga em Moçambique utilizam as rotas Afeganistão — Paquistão — Pemba — Zambézia — Maputo — África do Sul para o tráfico internacional de metanfetaminas, heroína e anfetaminas. Para o caso de cocaína, recorrem à rota São Paulo — Adis Abeba — Maputo – África do Sul.

Os traficantes recorrem a malas de viagem, encomendas postais ou obras de arte, entre outras, para dissimular estupefacientes em Moçambique.

Durante o ano de 2023 foram registados 423 processos no âmbito de tráfico de droga em Moçambique, contra 372 no ano anterior, e, destes, 336 processos são com arguidos presos.

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