4 de maio de 1975, jornada 29 do campeonato, Estádio José Alvalade. Neste dia, o Benfica conquistou pela primeira e única vez o título de campeão nacional na casa do eterno rival Sporting, bastando-lhe um empate a um golo. Um cenário que 48 anos pode voltar a colocar-se no domingo, curiosamente também na penúltima jornada da I Liga.
As contas são simples. Benfica e FC Porto chegam à ronda 33 separados por quatro pontos com seis em jogo. As águias dependem unicamente de si, ou seja, mesmo se os dragões ganharem na véspera, o Benfica sagra-se campeão se vencer em Alvalade. Até pode bastar um empate, caso o Famalicão-FC Porto também termine com uma igualdade. Ou até uma derrota se os portistas não pontuarem – neste caso, os encarnados vão entrar em Alvalade já como campeões.
Ou seja, o título pode mesmo passar pelo dérbi lisboeta do próximo domingo (às 20.30, Sport TV1). Situação que aconteceu uma única vez em toda a história do futebol português, em maio de 1975, numa tarde marcada por uma história bastante insólita envolvendo uma taça de campeão, como relatava o DN da altura.
“Precisamente no dia em que a Federação Portuguesa de Futebol, pelas mãos do seu presidente Jorge Fagundes, fez a entrega ao Sporting do troféu correspondente ao Campeonato Nacional da última temporada [1973-74] em que os jogadores leoninos se sagraram campeões nacionais, o clube de Alvalade e os seus milhares de adeptos viram o troféu correspondente à competição em curso ser arrebatado pelo seu mais direto rival, mercê de um empate [1-1]”, escrevia o jornalista Guita Junior na edição do DN de 5 de maio de 1975, num artigo cujo título era: “Render de campeões emocionante e renhido”.
Na página da crónica do jogo, o texto era ilustrado com o onze do Benfica nesse jogo, e depois mais duas fotografias: uma do brasileiro Wagner (Sporting) a receber a taça de campeão das mãos do líder da FPF, e outra em que Yazalde mostrava o troféu de melhor marcador, ambos correspondentes ao campeonato anterior (193-74).
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