Notas do Sporting-Atalanta: À terceira não foi de vez, mas há esperança

À terceira… não foi de vez. O Sporting empatou frente à Atalanta (1-1), esta quarta-feira, na primeira mão dos ‘oitavos’ da  Liga Europa, num jogo de muito ferro e pouca ‘vingança’. Após a derrota e o empate na fase de grupos, o reencontro europeu com os italianos não correu da forma ideal e a discussão por um lugar nos ‘quartos’ acontecerá em Bérgamo, no próximo dia 14 de março.

Com uma autêntica ‘revolução’ no onze montado por Rúben Amorim, o Sporting entrou a querer ser protagonista, mas viu a história mudar pouco depois do primeiro motivo de festejos em Alvalade. Aos 17 minutos, Paulinho fez de Gyokeres (suplente utilizado) e deixou a equipa e os adeptos a ‘mostrar os dentes’ em Alvalade, até que se seguiu um período de… sofrimento.

A Atalanta cresceu e, depois de ter visto Holm e Scamacca a atirarem ao ferro, chegaria ao empate aos 39 minutos, quando Scamacca aproveitou um desentendimento entre Eduardo Quaresma e Franco Israel, para silenciar os cerca de 28 mil adeptos presentes em Alvalade. Ainda antes do tempo de descanso, o conjunto de Bérgamo ameaçou a reviravolta, mas o guardião uruguaio impediu-a com classe, numa altura em que os jogadores do Sporting pareciam estar algo perdidos em campo.

‘Se o Paulinho mostra os dentes…’. Sporting festejou e Alvalade vibrou

Avançado português desbloqueou o nulo na receção à Atalanta.

Notícias ao Minuto | 18:25 – 06/03/2024

A tripla substituição de Ruben Amorim ao intervalo parecia querer dizer tudo. A equipa estava no limite (como teve oportunidade de dizer após o encontro), devido ao desgaste físico, enfrentando um segundo tempo já com Diomande, Hjulmand e Gyokeres em campo. O nível exibicional, a partir daí, já foi outro.

O Sporting deixou de permitir o sufoco da Atalanta e, logo após a terceira bola ao poste por parte do adversário (desta vez por Lookman), Coates tratou de responder na mesma moeda, com um cabeceamento igualmente travado pelo ferro, sensivelmente à hora de jogo. As diversas medidas de parte a parte retiraram alguma chama ao jogo que se encaminhou para o apito final, a passos largos, ainda que com um susto para os leões pelo meio, com o golo anulado a Touré (85′) por fora de jogo.

O Sporting não conseguiu aplicar o plano de ‘vingança’ no reencontro com a Atalanta e vai agora discutir o apuramento para os ‘quartos’, em Bérgamo. À quarta será de vez? No próximo dia 14 de março saberemos.

Vamos então às notas da partida:

Figura

Gianluca Scamacca foi o autor do golo do empate em Alvalade, mas o seu contributo para o que a Atalanta fez no jogo foi bem além disso. Ainda antes de dizer ‘adeus’ à longa sequência de partidas sem marcar, o avançado de 25 anos já tinha ameaçado com uma bola ao poste, para além de outras movimentações que ‘empurraram’ a sua equipa para a grande área de Franco Israel, acabando por ser talvez o jogador mais esclarecedor em todos os momentos do jogo.

Surpresa

Passar de suplente utilizado para titular nem sempre é fácil, mas Paulinho mostrou estar preparado para tudo. Prova disso foi, desde logo, a grande entrada na partida, com um golo aos 17 minutos, num jogo em que se destacou ao ponto de ganhar todos os duelos aéreos. O avançado português passou a ‘coabitar’ com Gyokeres na frente de ataque da segunda parte e foi ‘desaparecendo’ no jogo até ser substituído por Ricardo Esgaio, já à entrada para os últimos 20 minutos.

Desilusão

Marcus Edwards foi um dos quatro jogadores a manter-se no onze inicial, mas voltou a ser uma das unidades mais ‘apagadas’, à semelhança do que tinha acontecido no último duelo europeu, frente ao Young Boys (1-1). O avançado inglês perdeu algumas bolas quando a equipa já balanceava para o ataque e não encontrou forma de criar oportunidades de perigo, pelo que não foi de estranhar que tivesse sido substituído por Gyokeres à entrada para a segunda parte.

Treinadores

Rúben Amorim decidiu ‘revolucionar’ o onze do Sporting, com sete alterações, uma das quais ‘forçada’ pela ausência de Pedro Gonçalves, surpreendendo o adversário ao ponto de não se apresentar com Gyokeres e Hjulmand de início. Os leões entraram bem, mas não resistiram ao sofrimento após o golo de Paulinho. Com a tripla alteração ao intervalo (já com Diomande, Hjulmand e Gyokeres), o líder da I Liga apresentou-se com uma cara ligeiramente diferente, mas insuficiente para se ‘vingar’ da Atalanta.

Gian Piero Gasperini também mexeu em várias peças, à semelhança do que aconteceu nos últimos jogos, mas viu a Atalanta reagir às adversidades com personalidade. O expoente máximo disso foi a pressão criada após o golo do Sporting, algo que se arrastou para a segunda parte, ainda que de forma mais nivelada. As substituições na segunda parte surgiram em momentos estratégicos, sobretudo as últimas, deixando a Atalanta mais perto da reviravolta.

Árbitro

Daniel Siebert protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos. O árbitro alemão só teve de esperar pela confirmação do VAR no golo bem anulado a Touré, já na reta final, por fora de jogo, acabando também por se revelar coerente na hora de assinalar faltar e mostrar os cartões amarelos (apenas um no caso do Sporting).