A Missão de Assistência Militar da União Europeia em Moçambique (EUMAM-MOZ) capacitou mais de 450 militares moçambicanos no primeiro semestre de 2025, em 14 programas de formação e treino com as Forças Armadas locais, foi hoje anunciado.
Segundo balanço divulgado hoje, a EUMAM-MOZ, missão liderada por Portugal, em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), desenvolveu formações técnicas, cursos de liderança, pedagogia militar, treino civil-militar (CIMIC) e assessoria institucional ao Estado-Maior General moçambicano.
A missão introduziu também programas para garantir a sustentabilidade logística dos meios fornecidos às FADM pelo Mecanismo Europeu para a Paz.
“A EUMAM-MOZ é uma missão não executiva com o objetivo de apoiar as FADM na construção de uma estrutura operacional robusta e autónoma, capaz de regenerar, treinar e projetar forças com respeito pelos Direitos Humanos e pelo Direito Internacional Humanitário”, refere-se na informação sobre o balanço das atividades.
A missão da União Europeia em Moçambique é atualmente liderada pelo brigadeiro-general português Luís Barroso e conta com 83 militares de 11 nacionalidades, sendo que o atual mandato da EUMAM MOZ decorre até junho de 2026.
Paralelamente, a missão realizou diversas iniciativas de cooperação civil-militar, em orfanatos, escolas e centros de apoio social, beneficiando dezenas de crianças e mulheres. Entre as ações mais relevantes estão doações de materiais escolares, alimentos, livros e roupas a instituições como a AACOSIDA, Escola de Cumbeza, Associação Hixikanwe e o Orfanato Missão de São Roque.
“Estas ações refletem o compromisso contínuo da EUMAM MOZ com o apoio às populações mais vulneráveis e o fortalecimento dos laços de confiança entre as forças militares e as comunidades moçambicanas, num contexto de promoção da estabilidade e segurança no país”, avança-se na mesma informação.
A União Europeia anunciou em 2024 a adaptação dos objetivos estratégicos da anterior Missão de Formação Militar da UE em Moçambique (EUTM-MOZ), que transitou, em 01 de setembro do mesmo ano, do modelo de treino para um de assistência, passando, assim, a designar-se EUMAM-MOZ.
A EUTM-MOZ, que como a atual EUMAM-MOZ foi liderada por Portugal, já formou em dois anos mais de 1.700 militares comandos e fuzileiros moçambicanos, que constituem agora 11 companhias de Forças de Reação Rápida (QRF, na sigla em inglês) e já combatem o terrorismo em Cabo Delgado, bem como uma centena de formadores.
A missão em Moçambique foi ainda financiada, através do Mecanismo Europeu para a Paz, para aquisição de todo o tipo de equipamento não letal para estas companhias de forças especiais.
A EUTM-MOZ integrava 119 militares de 13 Estados-membros, igualmente mais de metade de Portugal, mas teve a particularidade de integrar outros dois países, fora da União Europeia, que contribuem com um militar cada, casos da Sérvia e de Cabo Verde.
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