Segundo o presidente do município, Paulo Fernandes, o Gaming Lab Fundão está integrado numa estratégia mais ampla de reforço do ecossistema de inovação no concelho, criando uma rede de estruturas e conhecimento que facilite a atração de empresas e projetos.
“Hoje, os jogos eletrónicos movimentam mais recursos financeiros do que a área do cinema e da música juntas, só para percebermos que, dentro da indústria do entretenimento, é de facto uma área enorme”, comparou o presidente da Câmara do Fundão, em declarações à agência Lusa.
Paulo Fernandes referiu que o melhor jogo eletrónico nacional de 2023 foi criado por uma empresa incubada no Fundão e que já existia um acordo com a Escola Profissional do Fundão para a formação orientada para essa área.
O protocolo assinado na sexta-feira entre o município e a Federação Portuguesa de Desportos Eletrónicos, que muda a sua sede para o Fundão, “vai ajudar a dar consistência a essa estratégia”, considerou Paulo Fernandes.
“É um trabalho que vem sendo desenvolvido, mas que agora, com este acordo com a Federação, estou certo de que podemos criar novas dinâmicas e ativá-lo ainda mais, tendo em conta também o programa e a rede europeia onde estamos para a criação de ecossistemas na área da indústria criativa, dos jogos”, acentuou.
O presidente da Câmara do Fundão, no distrito de Castelo Branco, explicou que com a instalação no Centro de Empresas Tecnológicas, a inaugurar em julho, os projetos que se queiram instalar na cidade vão beneficiar de um conjunto de vantagens por estarem num local que é um ecossistema direcionado para o desenvolvimento de jogos, aproveitando sinergias.
“Uma é que a empresa vai para dentro de um ecossistema que tem toda uma rede de parceiros, que nós estivemos agora a mapear, ligada aos jogos”, realçou Paulo Fernandes, que destacou a quantidade de competências necessárias nessa indústria e o enorme campo criativo, com funções diversas.
No Fundão, as empresas vão “ter acesso a uma rede de profissionais que possam ajudar nas diferentes especialidades necessárias para se desenvolver um jogo”.
Os profissionais terão ainda à disposição laboratórios e ateliês para a investigação aplicada, com programas e ‘softwares’, equipamentos e recursos partilhados para tecnicamente poderem fazer o seu trabalho.
Paulo Fernandes apontou que outra vantagem é a de que o município está a “mobilizar a comunidade e a capacitá-la para estas vertentes”, através de acordos com universidade e politécnicos, para formar “à la carte” profissionais para a área e recorrer a estudantes para serem utilizadores de teste.
Através de financiamento do programa Horizonte 2030 para desenvolver essas condições, Paulo Fernandes manifestou a confiança de que o Fundão vai “atrair muito mais empresas em termos globais”.
“É uma forma de criar mais valor a partir de algo que está aí, que é uma tendência, vamos chamar global, em termos do que é hoje o lazer”, vincou o edil.
O protocolo com a Federação de Desportos Eletrónicos, que tem cerca de dois mil federados e mais de 50 clubes, contempla a realização, no Fundão, de eventos e competições, como a Taça de Portugal.