Dois reclusos evadiram-se do Estabelecimento Prisional de Alcoentre, pelas 18h30 de hoje. Uma das torres de vigilância terá ficado inativa naquela zona, de domingo para segunda-feira, por motivos ainda por esclarecer.
O caso foi avançado pelo Correio da Manhã, que deu conta de que os fugitivos se tratam de dois homens de 37 e de 44 anos, que cumpriam penas por roubo e por tráfico de droga, respetivamente.
A mesma fonte noticiou que a fuga, que já estaria planeada, ocorreu depois do jantar. Para o efeito, os dois homens saltaram o muro e recorreram a uma corda.
A evasão já foi participada ao Ministério Público (MP) e às autoridades.
O Notícias ao Minuto contactou tanto a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, como o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), e aguarda explicações.
Torre de vigilância inativa? “Por opção da nossa chefia, decidiram que não ia estar ativa”
Entretanto, o dirigente do SNCGP, Frederico Morais, considerou que esta fuga “é mais uma prova da falência do sistema prisional ao longo destes 10 meses, porque nada foi feito”.
“Numa semana fugiram quatro presos. [Houve] tentativas de fuga, duas consumadas, agora uma terceira, e não vemos resolução. Há cada vez menos guardas, mas cada vez nos pedem mais. Hoje, os reclusos fugiram porque não havia guardas prisionais para controlar a periferia da cadeia de Alcoentre”, disse, em declarações à SIC Notícias.
Frederico Morais revelou ainda que um dos reclusos tinha sido transferido “de Ponta Delgada, por ter tentado fugir”. “Foi colocado numa cadeia com regime semiaberto. Ou seja, nem tivemos cuidado com uma pessoa que estava a ser transferida por tentativa de fuga”, disse.
O responsável ressalvou que o fugitivo açoriano “dificilmente conseguirá ir para onde quer que seja”, já que “é uma pessoa sem qualquer apoio cá fora”.
O outro recluso, que estava detido em Beja, era “um recetor de tráfico dentro da cadeia e também aproveitou a oportunidade”.
“Ontem, em Alcoentre, houve um arremesso de telemóveis para dentro da cadeia. A torre de onde eles fugiram ontem estava ativa; detetámos os telemóveis. Hoje, por opção da nossa chefia, decidiram que não ia estar ativa”, complementou.
Frederico Morais foi taxativo e denunciou haver “falta de competência de quem está à frente dos serviços prisionais”.
“Temos uma ministra da Justiça que é das melhores que tivemos até hoje, mas escolheu a equipa errada para estar à frente disto. Não consigo perceber como é que, ao fim de 10 meses, continuamos a ter fugas e tentativas de fuga como estamos a ter. Isto parece uma jardim de infância”, acrescentou.
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