
Nos últimos tempos a Geração Z tem ameaçado cada vez mais abandonar as redes sociais com um ‘detox tecnológico’.
Há quem faça publicações de despedida e a informar que se vai ausentar “em prol da saúde mental”. No entanto, alguns só valorizam essa condição durante umas horas. Outros são mais resistentes e desaparecem digitalmente para cumprir esse propósito.
No inicio deste ano letivo foram estabelecidas algumas medidas que proibiam e limitavam o uso do telemóvel nas escolas, ainda não existem estudos que comprovem a relação direta da medida com o afastamento dos jovens das redes sociais.
Muito pelo contrário, um estudo citado pelo ‘National Geographic’ revela que “gastamos tempo excessivo no telemóvel” e isso explica, em muitos casos, a necessidade de criar espaço das tecnologias.
As redes sociais reinventam-se cada vez mais para prenderem os utilizadores, mas mesmo assim existe cada vez mais um cansaço associado ao uso exacerbado destas tecnologias.
Numa primeira abordagem, o afastamento imediato pode não apresentar resultados positivos. Como em qualquer outra dependência, o cérebro vai pedir-lhe para satisfazer essa vontade repetidamente. O segredo é não ceder, revelam os especialistas.
Lembke descreve ao ‘National Geographic’ esta reação do cérebro “como um mecanismo de oscilação” devido à falta de ‘scroll’ que já era interpretado como um ritual. Ao interromper esse comportamento vai interrompe esse equilíbrio e levar o cérebro a “produzir menos dopamina”.
O neurotransmissor do prazer vai precisar de ser ativado de outra forma, isto é, para assegurar o normal funcionamento do corpo e para melhorar o seu humor, terá de arranjar outra fonte de prazer. Muitas vezes, isto passa por mudar hábitos. Começar a fazer algum desporto que lhe desperte a curiosidade pode ser uma solução.
Benefícios do afastamento digital
Profissionais de saúde contam ao ‘Very Well Mind’ que os benefícios são diversos.
Proteger a sua privacidade
Deixar de se comparar e de comparar a sua vida com outros estilos de vida
Descobrir novos ‘hobbies’
Ganhar mais tempo livre e tempo de qualidade
Melhorar o sono
Melhorar o humor (estudos revelam maior probabilidade de depressão quando perde mais tempo agarrado a tecnologias. Assim, vai conseguir diminuir a ansiedade e outros fatores que lhe estavam a provocar uma tristeza generalizada).
Como fazer o ‘detox tecnológico’
“Não existe uma solução única quando se trata de desintoxicação de redes sociais”, aponta a investigadora Paige Coyne de um estudo sobre “Impactos na saúde após uma desintoxicação de redes sociais”.
Para fazer um ‘detox’ digital não precisa de fazer mudanças radicais, basta reduzir o tempo de exposição a ecrãs, definir períodos de descanso e de lazer, remover aplicações que lhe roubam demasiado tempo. Se preferir algo mais extremo pode optar por voltar aos telemóveis mais ‘vintage’ de teclas.
O que se pretende não é que crie uma dependência do jogo da cobra ou de ‘tetris’, mas que comece a usar o seu tempo para coisas realmente importantes.
Não vai ter uma câmara fotográfica com a mesma qualidade ‘instragramável’, mas garantidamente vai ter muito mais saúde mental. E se fizer muita questão de fotografar momentos do dia a dia pode optar por andar com uma máquina fotográfica das mais simples ou das analógicas.
Como também não vai ter aplicações de pagamentos e transferências imediatas, o que se recomenda é que ande com trocos nos bolsos, podem ser úteis.

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