Segundo o relatório mensal do EDMO, dos 1.517 artigos intercetados pelas 33 organizações que constituem a rede de verificação de factos, 134 (9%) centraram-se na desinformação relacionada com a Ucrânia e 107 (7%) sobre desinformação relacionada com a imigração.
Além disso, 100 (7%) eram desinformação referente à União Europeia (UE), 78 (5%) sobre o conflito entre Israel e o Hamas, 65 (4%) eram desinformação relacionada com as alterações climáticas, 42 (3%) sobre a Covid-19 e 20 (1%) sobre questões LBGT+ e de género.
No mês passado, a percentagem de notícias falsas que utilizam conteúdo gerado por IA manteve-se, correspondendo a 10% (145) do total.
“Nos dias após o assassinato do ativista de extrema-direita Charlie Kirk nos Estados Unidos da América, imagens manipuladas começaram a espalhar-se nas redes socais, muitas vezes relacionadas à identidade do agressor”, explicam os autores do relatório.
Esta campanha de desinformação com imagens falsas afetou Portugal no mês passado.
Em 13 de setembro, a Lusa Verifica noticiou que as redes sociais não perderam tempo a tentar encontrar o assassino de Charlie Kirk, através de teorias da conspiração, vídeos enganadores e inocentes apontados como suspeitos.
O ativista conservador Charlie Kirk, aliado próximo do Presidente Donald Trump, morreu no dia 10 de setembro após ser baleado num evento na Universidade de Utah Valley, nos EUA.
Na altura, o acontecimento levou a que várias empresas responsáveis por redes sociais e plataformas digitais tomassem medidas para eliminar os vídeos que inundaram o ambiente virtual e que captaram o momento em que o ativista foi baleado.
Portugal também registou desinformação sobre as eleições da Moldova e sobre a flotilha humanitária Global Sumud.
Em setembro, a Lusa noticiou que Portugal e Espanha foram visados por desinformação ‘online’ sobre a dimensão da frota da flotilha Global Sumud, no mês de setembro.
Segundo o relatório do EDMO, “em setembro, verificou-se um aumento de dois pontos percentuais nas notícias falsas relacionadas com a guerra na Ucrânia. Ao mesmo tempo, a desinformação relativa à imigração e à União Europeia aumentou um ponto percentual”.
O aumento de conteúdo falso sobre a guerra na Ucrânia pode ser atribuído a vários fatores, como os incidentes envolvendo drones que sobrevoaram países da UE, bem como as eleições na Moldova e República Checa que foram “alvo de campanhas de desinformação pró-Rússia”.
“A UE foi retratada como uma ditadura antidemocrática que censura a liberdade de expressão e cancela eleições. A escalada da guerra na Ucrânia também alimentou a narrativa que retrata a UE e os seus países como os belicistas”, segundo o relatório.
Durante o mês de setembro, os verificadores de factos do EDMO registaram um aumento na circulação de conteúdo desinformativo direcionada não só a refugiados ucranianos, mas também a imigrantes e estrangeiros.
O fim do verão ficou também marcado por uma diminuição substancial da desinformação sobre alterações climáticas, enquanto os restantes temas se mantiveram.
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