• Outubro 25, 2025
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Compras online: Impulso ou necessidade? Como identificar e o que fazer

Trocou o vício do ‘scroll’ nas redes sociais pelo ‘scroll’ em sites e aplicações de compras? Saiba que o vício pode ser diferente, mas o problema pode ter aumentado e agora tem custos monetários, além dos psicológicos.

Estudos indicam que este vício é alimentado pelos mais jovens. Não importa o que procura. Se o faz de forma compulsiva ou com alguma dependência, isto é, sem alguma necessidade associada ou objetivo concreto, pode representar um comportamento de risco do foro psicológico.

No dia que se assinala o Dia de Compras na Internet (25 de outubro), numa entrevista exclusiva ao Notícias ao Minuto, a psicóloga Catarina Lucas, diretora do Centro Catarina Lucas, desmistifica algumas das motivações que podem estar por trás deste comportamento. Perceba também como pode reduzir o impacto desta patologia impulsionada pela compulsividade.

Quais são as faixas etárias mais expostas a este vício?

A idade mais jovem aparece como fator de risco. Alguns estudos indicam que o início do comportamento compulsivo dá-se no final da adolescência ou início dos 20 anos. O nível de dependência pode diminuir “com o avançar da idade” e mulheres mais jovens têm maior propensão para este comportamento.

Por norma, peças de roupa. Muitos estudos apontam esta categoria como a mais frequente entre os compradores compulsivos, mesmo em artigos sem estarem em promoção.

O calçado também é uma coisa bastante procurada e, de seguida, também se costuma notar um aumento significativo na compra de acessórios de moda, bijuterias e cosméticos. Artigos para o lar e produtos de beleza também são adquiridos com frequência.

Em termos psicológicos o que pode motivar e alimentar este vício?

A compra é muitas vezes motivada pelo ato de comprar (o “rush”, a descarga emocional) mais do que pela utilidade do item. Os produtos de moda, vestuário ou acessórios têm muitas vezes uma forte componente simbólica.

As “promoções” e as “ofertas especiais” das plataformas são grandes desencadeadores para as compras compulsivas. Substituir ou atenuar emoções negativas ou vazios através do ato de comprar é frequente, tornando-se a compra um modo de alívio ou compensação.

Quais as consequências associadas?

As consequências de comprar compulsivamente online vão além do impacto financeiro. Esse comportamento está ligado a questões emocionais, sociais e até de saúde mental. Após a compra, é comum que a pessoa se sinta mal por ter gasto dinheiro de forma impulsiva e desnecessária, surgindo sentimentos de culpa e arrependimento. Muitas destas pessoas relatam níveis mais altos de ansiedade, stress e até mesmo sintomas depressivos.

O ato de comprar pode servir como forma de aliviar essas emoções, criando um círculo vicioso. A procura constante por “algo novo” ou “melhor aparência” pode estar ligada à insatisfação pessoal, à tentativa de preencher vazios emocionais e ainda a uma baixa autoestima. Podem sentir que não conseguem parar, mesmo percebendo que a compra é prejudicial.

É comum o acumular de dívidas em cartões de crédito, empréstimos, ou uso excessivo de limites bancários. O dinheiro destinado a poupança ou emergências é desviado para compras impulsivas. Pode haver alguns problemas com os cônjuges, pais ou amigos por causa destas questões.

As pessoas que o fazem sabem reconhecer ou escondem o problema?

O comportamento de compras online compulsivas costuma estar ligado a algum conflito interno, vergonha e, muitas vezes, negação. Muitos reconhecem, mas minimizam, sabem que compram demais, mas justificam com frases como “eu mereço”, “foi só uma promoção”, ou “não é tão grave”. É comum racionalizar o comportamento para aliviar a culpa.

Outras pessoas só percebem tarde demais, geralmente só veem quando há consequências mais sérias. Outras não percebem que é um problema psicológico real.

Alguns estudos indicam que muitas pessoas escondem estes atos dos familiares e das pessoas próximas por medo de julgamento. A maioria só procura ajuda quando o problema já causou vários danos sérios, é raro alguém procurar ajuda só porque “compra demais” porque muitos deles não veem isso como problema clínico.

Como se pode combater este problema?

Combater o comportamento de compra compulsiva online exige uma abordagem em várias frentes: emocional, comportamental e prática.

Muitas vezes limitar o acesso a tantas plataformas online de compras é fundamental. Cada vez mais há várias plataformas onde as pessoas se podem “perder”, por isso é essencial o controlo a tudo a que está a um passo de um clique.

Fazer terapia é o método mais indicado para identificar gatilhos emocionais e mudar pensamentos automáticos. Por vezes falar sobre o problema com alguém de confiança para quebrar o ciclo de segredo e vergonha e, assim, obter apoio em momentos de tentação. Como a compra compulsiva muitas vezes é uma forma de compensar sentimentos negativos, é importante desenvolver outros meios de lidar com o stress, como o exercício físico, assim como criar objetivos pessoais não ligados a bens materiais.

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