As principais conclusões da reunião serão apresentadas no sábado por Paulo Raimundo, numa conferência de imprensa na sede nacional comunista, em Lisboa.
O Comité Central do PCP reuniu-se pela última vez em 02 de abril. Na apresentação das conclusões dessa reunião, Paulo Raimundo considerou que se estava a assistir em Portugal a uma “profunda regressão social”, com perda de poder de compra e aumento da pobreza.
Desde então, o PCP tem insistido que o Governo não dá respostas aos problemas da população, equiparando as suas opções políticas às dos partidos de direita, e defendendo medidas como o aumento geral dos salários e das pensões, o controlo e fixação do preço dos bens essenciais ou uma maior tributação dos lucros dos grupos económicos.
Apesar das várias polémicas no Governo nos últimos meses – envolvendo em particular o ministro das Infraestruturas, João Galamba -, o PCP tem insistido que, ainda que possam ser relevantes, esses casos não devem desviar a atenção dos “problemas das pessoas”, como a habitação, a saúde ou a educação.
O partido tem também apelado à mobilização social, salientando que tem sido a “força da luta” a obrigar o Governo a tomar medidas como o aumento intercalar das pensões, apesar de as considerar “insuficientes e limitadas”.
Ainda esta quarta-feira, a CGTP convocou um dia nacional de luta – com centenas de greves, manifestações e concentrações em todo o país -, à qual se associou o secretário-geral do PCP, num desfile em Lisboa.
À mesma hora, a bancada parlamentar do PCP interpelava o Governo, na Assembleia da República, sobre o “agravamento das condições de vida, o combate às desigualdades e injustiças sociais e a degradação do acesso a serviços públicos”.
Nos dois locais, os deputados e secretário-geral do PCP insistiram na ideia segundo a qual as medidas do Governo são insuficientes e o crescimento económico não está a ter qualquer reflexo na vida das pessoas.
“Por muito forte que seja a propaganda, não ilude a realidade: uma sociedade com profundas injustiças, com os trabalhadores a serem apertados nos seus salários, nas suas pensões (…) e uma pequena minoria a encher-se com lucros nunca vistos”, sintetizou Paulo Raimundo na manifestação de quarta-feira.
Esta será a terceira vez que o Comité Central se reúne desde que Paulo Raimundo tomou posse como secretário-geral do PCP, em novembro de 2022, substituindo Jerónimo de Sousa, que ocupava o cargo desde 2004.
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