• Setembro 29, 2025
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Cinemateca Portuguesa exibe em outubro filme perdido de John Ford

De acordo com a Cinemateca Portuguesa, o filme vai ser exibido a 20 de outubro, no âmbito das celebrações do Dia Mundial do Património Audiovisual, que se assinala a 27 desse mês, pelos membros da Federação Internacional dos Arquivos de Filmes.

“The Scarlet Drop” é um ‘western’ que John Ford rodou em 1918 e que, segundo a Cinemateca Portuguesa, está marcado por temas invulgares nos ‘westerns’ da altura: desigualdade social, luta de classes e marginalização.

O filme, protagonizado por Harry Carey, “permite já antever o que viria a ser entendido como universo fordiano: Os rituais, as situações melancólicas, as diferenças sociais, os anti-heróis e aquela fotografia extraordinária”, refere a Cinemateca em nota de imprensa.

“The Scarlet Drop”, que tinha sido dado como perdido há mais de cem anos, foi encontrado em 2024, entre outros filmes antigos, num armazém em Santiago do Chile.

O académico chileno da Universidade de Viña del Mar, Jaime Córdova, comprou um lote de filmes a um antigo colecionador do bairro de Providencia, na capital, que desconhecia o seu conteúdo e do qual se queria livrar, depois de os ter mantido armazenados mais de quatro décadas.

“Não creio que algo tão importante como encontrar um filme perdido de John Ford volte a aparecer na minha vida. Sempre se admirou o trabalho de Ford, mas encontrar um filme que, ainda por cima, estava perdido? É como encontrar um Santo Graal”, disse Jaime Córdova em entrevista em dezembro passado à agência Efe.

A cópia do filme de John Ford que vai ser exibida na Cinemateca Portuguesa, numa sessão conjunta com o filme “Sansho Dayu” (1954), de Kenji Mizoguchi, foi restaurada digitalmente pela Cinemateca Nacional do Chile.

“Não lhe quero chamar restauro. Obviamente que houve uma reparação no suporte do filme, mas a imagem não sofreu qualquer intervenção. Se virem o ‘trailer’, a qualidade da imagem do nitrato é extraordinária”, frisou Jaime Córdova na mesma entrevista em 2024.

“O nitrato arde espontaneamente a 40 graus de temperatura, como se estivesse em processo de decomposição, mas quando abri as latas o filme estava perfeito. São reviravoltas do destino, que permitem que alguns filmes sobrevivam e outros não”, concluiu o orgulhoso descobridor.

O filme de Ford, um dos cineastas mais influentes da história e autor de clássicos como “O Vale Era Verde” (1941) e “A Desaparecida” (1956), conserva as tonalidades originais de 1918, tons rosa, azul e ocre, característicos da técnica utilizada na época para dar cor aos filmes e evitar o monocromático do preto e branco.

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