Em entrevista telefónica à agência Lusa sobre a programação para a temporada de setembro-dezembro no CAE de Vale de Cambra, o diretor artístico, João Aidos, destacou o fim de semana de abertura, a 20 de setembro, com o espetáculo de dança vertical, teatro, vídeo e música da companhia espanhola Ferrer & Weidmann, que aborda “exílio, guerra, resistência e esperança”, e que tem apresentação ao ar livre, nas traseiras do Cento de Artes.
“Temos algo que a comunidade ainda não tenha visto uma proposta destas, mas uma companhia espanhola de dança vertical, no exterior, entre o vídeo e a dança. Uma proposta um bocadinho ‘fora da caixa’ para chamar as pessoas para a fachada de trás do teatro, e começarmos assim com um espetáculo um bocadinho diferente para um conjunto de propostas diferentes para estes quatro meses”, disse João Aidos à Lusa.
No mesmo dia, 20 de setembro, o músico Bruno Pernadas sobe ao palco para um concerto a solo em guitarra elétrica, e é inaugurada a exposição “Alentejo. Alentejo”, do escultor Paulo Neves, que propõe um diálogo entre dois elementos fundamentais da paisagem alentejana: a pedra e a madeira.
No dia 25 de outubro, a peça “Coro dos Amantes”, do dramaturgo português Tiago Rodrigues, subirá a cena, com os atores Claudia Gaiolas e o Tónan Quito a fazer de casal, numa celebração da “força do amor e da vida”. Este é outro destaque a que é “impossível quase alguém ficar indiferente”, segundo João Aidos.
A atuação, em outubro, da cantora e compositora Bárbara Tinoco é outro destaque a que o diretor artístico fez referência.
O projeto OMIRI, com composição e improvisação musical de Vasco Ribeiro Casais, é mais um momento escolhido por João Aidos, para o mês de novembro. Trata-se de um projeto internacional que reinventou a música de raiz portuguesa e levou essa portugalidade a festivais nacionais e internacionais, como Womex (Finlândia), Reepperbahn (Alemanha), Eurosonic (Países Baixos), entre outros, usando vários instrumentos e também a música eletrónica.
Outro destaque é a peça de teatro “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa”, da Sara Barros Leitão.
Concebido pela atriz e encenadora, “Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa” centraliza “o papel da mulher e o futuro das mulheres que limpam o mundo, das mulheres que cuidam do mundo, das mulheres que produzem e educam e preparam a força de trabalho”. É um trabalho, na opinião de João Aidos, ao qual é “impossível ficar indiferente”.
“Radiohead Recomposed”, pela Orquestra Jazz de Espinho, foi também destacado por João Aidos, que sublinha ser um espetáculo para “qualquer tipo de público”, propondo “um novo olhar, uma nova roupagem dos britânicos Radiohead com a orquestra”.
A nova temporada vai também contar com uma proposta da dramaturga Sandra Barata Belo, com os atores Ricardo Pereira, Sofia Alves, Diogo Lopes e Filipe Matos.
A programação encerra em dezembro com o concerto de Sofia Escobar com a Banda Musical Flor da Mocidade Junqueirense, que vai ser uma “oportunidade de relação com o território e com as estruturas do território”, acrescentou João Aidos à Lusa.
“Com uma abordagem transversal e intergeracional, a nova temporada reafirma a missão do CAE enquanto lugar de encontro entre artistas e públicos, entre passado e futuro, entre o local e o global. Um espaço onde a cultura se assume como motor de pensamento, pertença e transformação”, lê-se no dossiê de imprensa entregue hoje à comunicação social, na apresentação da programação.
Os bilhetes podem ser adquiridos através da bilheteira ‘online’ e na bilheteira física a partir de 27 de agosto.
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