O nosso sistema político está ancorado, ora no PS, ora no PSD. Ultimamente o PS tem sido o partido omnipresente na vida política portuguesa.
Há quem pense que os novos partidos funcionam como assessores dos partidos mais velhos, que criam mais divisão e bagunça na nossa democracia.
As sondagens mostram à saciedade que o sinal de mudança política há muito chegou ao fim. Os portugueses apostam no bipartidarismo, porém os portugueses têm a sensação que votar no PS ou no PSD pouca diferença faz, mal por mal deixam lá estar “estes” já os conhecem e sabem do que são capazes.
O bipartidarismo é algo perverso na nossa democracia. O PS, com todos os equívocos, broncas e confusões na governação, seria de esperar uma alternativa visível e com capacidade para mudar este estado de coisas.
Porém, essa alternativa não simboliza que um próximo governo será melhor ou diferente.
António Costa mostrou, no dia 10 de Junho, nas comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, ao ter presente João Galamba, que quem manda no governo é ele e que é avesso a remodelações governamentais. A presença de João Galamba junto a Marcelo Rebelo de Sousa mostra que Galamba está para durar e António Costa está ao leme.
Os cartazes dos professores, ofensivos e susceptíveis ajudaram António Costa a vitimizar-se e a marcar pontos.
Luís de Camões considerado uma das maiores figuras da literatura lusófona, que escreveu “Os Lusíadas”, se fosse vivo teria vasto material para escrever as ” Fantochadas do Governo”.
Era importante haver alternância no poder em Portugal, mas por este andar, com as benesses que o governo está a distribuir e irá dar no próximo ano, o PS está de pedra e cal.
Apesar deste caos aparente, a gestão importa mais que a mudança de governo. Há que ter em conta que os efeitos de manter este governo, são preferíveis, em vez de mudá-lo.
Passa a ideia que o PSD para ser governo precisa da muleta do Chega e prevalece a ideia que o oposto a este governo não será melhor.
É impossível encontrar um partido que nos represente na totalidade, há sempre discrepâncias, pode-se não gostar de muitas peripécias do PS, mas chega à hora da verdade os
portugueses optam pelo certo, em vez do duvidoso e do desconhecido.
Os portugueses não apreciam política de vaudeville, a realidade apesar do custo de vida, os pensionistas vão ter um aumento em Julho, os funcionários públicos tiveram um aumento intercalar com retroactivos a Janeiro de 2023. O governo prepara-se para dar um aumento em 2024 como referência a inflação média de 2023 que foi de 5%.
A capacidade de dar e encher os bolsos dos portugueses é que conta na realidade em eleições.
António Costa está ao leme e está para durar. A sua maior aquisição é a sua esposa Fernanda Tadeu, sempre atenta e interventiva, que não deixa passar nada.
Joaquim Jorge
Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores
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