• Julho 3, 2025
Logo_Site_01

Prigozhin? “Entre dois amores, Putin preferiu o seu ministro da Defesa”

O antigo ministro da Defesa José Azeredo Lopes considerou, esta terça-feira, que há duas verdades “objetivas” que levaram o líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, a espoletar uma rebelião na Rússia, após sentir que “as suas vantagens” e “o seu poder” estavam a ser “atacados”.

Em declarações na CNN Portugal, Azeredo Lopes começou por criticar algumas “teorias” em torno dos acontecimentos, nomeadamente a de que “foi tudo combinado com Putin” para agora o chefe de Estado russo ter “uma espécie de testa-de-ferro na Bielorrússia”.

“Eu, sinceramente, acho que, na vida e na realidade, quase sempre é mais interessante procuramos o que é razoável do que procurarmos verdadeiras alucinações”, apontou.

Assim, o antigo ministro notou que há “duas coisas” que são “verdade” e que podem explicar a reação de Prigozhin.

Primeiro, “estava a a ver a ação do seu grupo cada vez mais limitada e é sabido que ele tinha um prazo, até 1 de julho, para ceder ou não a um ultimato que dizia que o grupo Wagner morria na Rússia e morria na Ucrânia“.

“Se pensarmos naquela que era a dimensão do poder que Prigozhin detinha por controlar estes milhares de combatentes, também se compreende facilmente a raiva profunda que fazia com que ele se visse perante um ultimato e considerasse também, aliás, que tinha sido, de alguma maneira, ‘traído’ por Vladimir Putin. Entre dois amores Vladimir Putin, muito claramente, preferiu o seu ministro da Defesa e preferiu a sua estrutura de comando militar formal“, considerou.

Em segundo, explicou o antigo ministro, “Prigozhin já se vinha queixando de que os contratos fabulosos que detinha para o fornecimento de alimentação para as Forças Armadas ou até para escolas russas, estavam a ser atacados, corroídos, digamos assim, por parceiros de negócio, justamente ligados aos seus ódios de estimação e, nomeadamente, ao ministro da Defesa”.

Portanto, [Prigozhin] via em duas frentes as suas vantagens enormes, a sua capacidade e o seu poder a serem atacados, ficando ele, no fundo, numa situação de alguém que, pouco a pouco, se via encerrado entre dois muros que apertavam lentamente“, destacou.

De realçar que, no mesmo comentário, Azeredo Lopes considerou ainda “surpreendente” que o presidente da Bielorrússia, Aleksander Lukashenko, tenha assumido o papel de mediador entre o Grupo Wagner e o Kremlin.

“Temos depois negociações que são elas próprias extraordinárias. O ator principal, o mediador, é aquele em que eu menos teria apostado para poder chegar a uma solução, qualquer que ela fosse”, afirmou.

Ver o chefe de estado da Bielorrússia a assumir esse papel é uma coisa que eu acho absolutamente surpreendente“, considerou.

Recorde-se que o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, avançou, na sexta-feira, com uma rebelião na Rússia, que acabou por suspender menos de 24 horas depois, já após ter ocupado Rostov, uma importante cidade no sul do país para a logística da guerra na Ucrânia.

Prigozhin acusara antes o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, provocando “um número muito grande de vítimas”. As acusações foram negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.

Anuncie aqiu
    Deixe um comentário
    Logo branco

    Ultimas Noticias

    Categorias

    Logo branco
    Comunidade Lusa é um site de notícias onde pode encontrar as mais recentes informações sobre a nossa comunidade portuguesa no mundo e acima de tudo na Suíça. Aqui encontra também novidades sobre eventos culturais e temas como: desporto, mulher, opinião e publireportagens muito interessantes sobre empresas na Suíça.
    © Comunidade Lusa 2025. Todos direitos reservados.
    WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com