• Junho 29, 2025
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Rúben Amorim testa novo sistema, mas… “Paulinho e Chermiti é curto”

O3x4x3 de Rúben Amorim tem sido a identidade do Sporting ,ao longo dos últimos anos. O sistema tático surpreendeu e até indignou os adeptos mais conservadores, que não aceitaram a inovação do jovem treinador.

Passados quase quatro anos, com vários troféus conquistados, incluindo a I Liga, há uma mudança à vista. Em Paços de Ferreira, Rúben Amorim usou os últimos minutos de jogo para experimentar algo que já tinha sido amplamente discutido: uma alteração no sistema tático.

O 3x4x3 trasnformou-se num 4x4x2, guiando a equipa ao último golo do jogo, por Chermiti. Em exclusivo ao Desporto ao Minuto, Augusto Inácio fez a leitura da alteração que se adivinha.

“Tem de haver plano A e plano B. Nos últimos anos, o Sporting jogou sempre com o mesmo sistema, quer estivesse a ganhar ou a perder. Depois, à última, quando já não havia mais possibilidades, avançava o Coates para ponta de lança, que era aquele que podia fazer a diferença na frente, numa bola parada, num ressalto, no jogo aéreo. Há dois anos, resolveu muitos problemas ao Sporting e foi muito importante nesse sentido porque marcou golos aos 90, aos 88, aos 91…”, começou por dizer o antigo treinador dos leões, falando, ainda, sobre as necessidades da equipa para alterar o sistema.

Notícias ao MinutoRúben Amorim adotou o 4x4x2 nos minutos finais do jogo em Paços de Ferreira© Global Imagens

“Eu, pessoalmente, gosto do sistema 4x4x2, mas tudo depende daqueles que o Sporting terá como defesas centrais e laterais. Se virmos bem o que o Coates fez há três anos, antes de o Rúben Amorim chegar, ele parecia, na minha opinião, um jogador vulgaríssimo, até teve azar de marcar golos na própria baliza e fazer penáltis. Quando passou para um sistema de três defesas, tornou-se o patrão. Há sistemas que beneficiam muito este ou aquele jogador. Não estou a ver o Coates a jogar a central só com um colega ao lado. Para se jogar em 4x4x2, é preciso ter atenção a um somatório de várias coisas”, disse ainda.

A mudança chega na fase final da temporada, altura ideia para experiências, na opinião de Augusto Inácio.

“Se o Sporting quiser mudar de sistema, tem tempo para poder fazer uma planificação. Mas também não se passa de um sistema de há três anos, o 3x4x3, para o 4x4x2, de repente. Ideias, pode-se ter muitas, mas têm de ser trabalhadas, rotinadas. Demora o seu tempo. Enquanto o 3x4x3 já tem anos de trabalho em cima, é só colocar jogadores nas posições e passar a filosofia, no 4x4x2, todos vão ter de reaprender aquilo que o treinador pretende e as funções dentro do campo. Estamos em maio, há muito tempo para trabalhar e, acima de tudo, para contratar jogadores para esse sistema”, afirmou, vendo risco nulo na mudança.

Notícias ao MinutoChermiti e Paulinho são as únicas opções de Rúben Amorim para ponta de lança© Global Imagens

“Faltam três jogos para acabar o campeonato, não há nada a arriscar. Tem o campeonato feito, ainda está à espreita do terceiro lugar que pode dar acesso à pré-eliminatória da Liga dos Campeões. É a única coisa que está a procurar porque, de resto, o seu campeonato já está feito. A ter de fazer algumas experiências, terá estes três jogos para as fazer, para perceber como pode ligar Chermiti a Paulinho. No papel, é uma coisa, mas, na prática é outra, tem de haver o treino”, disse ainda.

Para transformar a equipa num novo sistema tático, Rúben Amorim deverá ter de ceder. Augusto Inácio vê necessidade de, pelo menos, mais dois reforços para a posição.

“Jogando com dois pontas de lança, o Sporting não tem outro, Tem Chermiti e tem Paulinho. Se quiser jogar assim, o Sporting tem de ter, no mínimo, quatro pontas de lança. Dois acaba por ser curto. Pode haver alguma lesão, um castigo, e tem de ter sempre dois que possam substituir os outros dois que estão de fora”, acredita.

É verdade que sistema tático e ideia de jogo são conceitos diferentes, mas ambos mudam o jogo da equipa. Que vantagens terá este Sporting a jogar neste desenho tático?

“Uma equipa grande, a jogar em 4x4x2, terá mais possibilidades de fazer mais golos do que com o 4x3x3. O Sporting tem de pressionar muito na frente, jogando contra equipas com blocos baixos e linhas de cinco defesas e quatro jogadores no meio campo, há que haver presença na área e outra mobilidade ofensiva. O 3x4x3 obriga os laterais a fazerem piscinas no campo, têm de fazer quilómetros para cima e para baixo. No 4x4x2, pode ‘desfixar’ o sistema de três centrais do adversário, dar oportunidade aos avançados de encaixarem na defesa do adversário e ter oportunidade de marcar mais golos de cabeça do que aqueles que tem feito. O Sporting tem feito muitos golos nas triangulações, nas entradas, com a cabeça faz muito poucos, só de bola parada quando vão lá os centrais, mais altos”, disse, deixando ainda um aviso para o trabalho de personalização a fazer dentro da equipa.

Notícias ao MinutoSporting continua na luta pelo terceiro lugar da I Liga, que pertence ao Sp. Braga© Global Imagens

“Pode-se jogar no 4x4x2, no 3x4x3, no 3x5x2, mas, se não houver dinâmica… O Sporting não pode estar à espera do adversário, tem de pressionar, ter os pesos do jogo, tem de ter a iniciativa. Tudo isso faz com que a equipa esteja mais perto do golo, mas está sujeito ao contragolpe dos adversários. Esse é o risco que as equipas grandes que jogam assim têm. Mas tem de ser assim, pode sofrer dois ou três golos, mas marcar quatro ou cinco, e com dois pontas de lança aumenta a possibilidade de os marcar”, concluiu.

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