• Novembro 19, 2025
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Condições de trabalho dos imigrantes é destaque em peça de teatro

Apartir de quinta-feira, a peça “A Fábrica – uma pequena história da vida operária” é levada ao palco do teatro da Sociedade Filarmónica Recordação D’Apolo, em Lisboa, uma segunda peça do encenador Marcelo Andrade sobre a realidade migratória em Portugal, que colocará o público no palco e os autores na plateia, procurando “subverter a ordem simbólica dos lugares tradicionais” no teatro e “estimular uma reflexão sobre o lugar de cada agente social”, tornando atores e público em “protagonistas do debate sobre o trabalho”.

O primeiro espetáculo, “Na Boca do Tubarão”, foi levado aos palcos em 2024 e tratava dos problemas da viagem dos imigrantes em direção à Europa, num tempo em que “já se sentia um clima contra os estrangeiros em Portugal”, mas “nada comparável com o que hoje se passa”, afirmou à Lusa Marcelo Andrade.

O tema dos imigrantes “está a ser usado pela extrema-direita” e a “gente percebe que os ânimos estão mais acirrados e o ambiente está mais violento”, pelo que este espetáculo tenta tratar “questões transversais dos imigrantes, mas também de quem trabalha”.

“O imigrante continua a ser uma pessoa e os problemas laborais afetam todos”, afirmou o encenador.

Hoje, está em debate as alterações ao código laboral e, por isso, uma peça de teatro que aborde as questões laborais “é oportuna”, salientou Marcelo Andrade.

O objetivo é “tentar fazer com que as pessoas enxerguem o trabalho como um todo e tudo o que vem junto, porque os baixos salários e as condições dos imigrantes que vêm para cá vai impactar toda a cadeia produtiva”.

“Se eu tenho uma mão de obra super barata e fragilizada, e é lógico que isso vai ter impacto nas outras” estruturas sociais, salientou o encenador.

“Neste segundo espetáculo, vamos falar sobre a questão do trabalho, a questão da precarização dos trabalhadores imigrantes, suscetíveis de violação dos seus direitos”, procurando “colocar esse debate no espaço público”.

Isto, porque “todos os trabalhadores, tanto migrantes como nacionais, acabam por sofrer pressões, por sofrer com os baixos salários e falta de condições”, acrescentou.

E é também por isso que a peça coloca o público no palco, procurando-o “trazer ao debate, porque estamos todos no mesmo barco: no mundo trabalho todo o mundo é explorado por igual”, resumiu.

A peça vai estar em exibição até final do mês, retratando a vida de “quatro operários imigrantes da indústria têxtil que enfrentam as duras condições impostas pela precarização do trabalho”, segundo a companhia, “uma associação cultural formada por artistas brasileiros com a participação de artistas portugueses e de outras nacionalidades” que quer promover o “debate sobre imigração” através da arte.

“Após um acordo comercial com investidores estrangeiros”, esses protagonistas da peça “passam a sofrer graves violações de direitos, confinados à fábrica e submetidos a jornadas exaustivas” e presos num “ciclo de ganância e abuso”, referem os promotores do espetáculo

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