
A Meta, empresa dona do Facebook, venceu esta terça-feira uma ação movida pelo governo dos Estados Unidos, que tentava reverter a aquisição do Instagram e do WhatsApp em 2012 e 2014, respetivamente.
A decisão foi tomada pelo juiz federal James Boasberg, que determinou que a Meta não detém um monopólio nas redes sociais, impossibilitando, por isso, a reversão da compra das duas redes.
A Comissão Federal do Comércio (FTC) dos Estados Unidos foi quem avançou com a ação contra a Meta, em 2020, alegando que a empresa gastou milhares de milhões de euros nas aquisições para eliminar outras empresas na mesma área – o chamado ‘eliminar a competição’.
Em tribunal, agência federal citou um e-mail de 2008 do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, onde o empresário dizia que “é melhor comprar do que competir”.
Em resposta, a gigante tecnológica argumentou que o FTC estava a ignorar a competição da Meta (com as redes sociais TikTok, YouTube e até mesmo a aplicação de mensagens da Apple), dando a parecer que a única concorrência direta da empresa é o Snapchat.
A Meta defendeu ainda a aquisição do Instagram e do WhatsApp, frisando que a compra de empresas que se destacam na área é uma estratégia de negócios válida, e que não há qualquer obrigação em criar novas empresas para fazer concorrência.
O juiz deu razão à defesa da Meta.
Meta comprou redes sociais por “pânico”
No início do julgamento, em abril deste ano, a antiga responsável pela FTC, Lina Khan, em entrevista à CNBC, considerou o Facebook adquiriu o Instagram e o WhatsApp por “pânico” depois de perceber o crescimento que as duas plataformas estavam a ter.
“Foi neste momento que decidiram recorrer a este esquema de comprar ou enterrar em que, se não consegues competir com o rival, o compras ou o cortas da tua rede”, afirmou Khan, notando ainda que “todo o ecossistema de hoje em dia das redes sociais é diferente porque permitiram ao Facebook fazer estas aquisições”.
Zuckerberg fez oferta de mil milhões de dólares para pôr fim ao julgamento
Na altura, Zuckerberg terá oferecido 450 milhões de dólares (cerca de 388 milhões euros) para o caso ser encerrado, acabando por aumentar a oferta para mil milhões de dólares (863 milhões de euros).
O líder da FTC terá afirmado que não aceitaria “nenhum valor inferior a 18 mil milhões de dólares” (15 mil milhões de euros), tendo também aumentado o valor que estaria disposto a aceitar para 30 mil milhões de dólares (quase 26 mil milhões de euros).
O processo contra a dona do Facebook faz parte da operação ‘antitrust’ (anti-confiança, na tradução livre) iniciada na primeira administração de Donald Trump. No mesmo âmbito, a FTC tem também uma ação judicial contra a Amazon.
Após a decisão do tribunal, a Meta afirmou que os seus produtos “são benéficos para as pessoas e para os negócios, e exemplificam a inovação e o crescimento económico norte-americano”, acrescentando que esperam continuar a trabalhar em parceria com o governo.

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