• Novembro 8, 2025
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Suspeita de matar mulher para ficar com filha canta em perícias policiais

A médica neurologista Claudia Soares Alves detida por suspeitas de mandar matar a farmacêutica Renata Bocatto Derani, em Uberlândia, no estado brasileiro de Minas Gerais, para ficar com a sua filha, protagonizou um momento insólito durante um exame pericial.

Ao site brasileiro G1, o delegado responsável pelo caso, Eduardo Leal revelou, na quinta-feira, que a suspeita não só trauteou a música de sucesso dos anos 80 Take On Me da banda norueguesa A-ha, como acabou mesmo por cantar parte da letra na canção.

Segundo a Polícia Civil, durante o exame de corpo delito, Claudia estava tranquila, não mostrou remorsos e aproveitou o momento para cantar o hit de 1985, que fala de coragem emocional e da importância de se permitir sentir e agir, mesmo com incertezas, antes que o tempo acabe.

Além do crime de homicídio, a neurologista é também suspeita de falsos testemunhos e tráfico de pessoas, após tentar sequestrar uma recém-nascida de uma maternidade em Uberlândia.

De acordo com os investigadores, o crime foi motivado pela obsessão de Claudia em ser mãe de uma menina.

“Identificamos que a Claudia fazia um tratamento para engravidar porque ela tinha o sonho de ser mãe de menina. Ela fazia qualquer coisa para isso. Ela idealizava a família perfeita, por isso queria o marido e a filha da farmacêutica”, adiantou Eduardo Leal.

Quem é Claudia Soares Alves e quais os crimes de que é suspeita?

Claudia Soares Alves é neurologista e ex-professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), de onde, entretanto, foi despedida. Em 2024, foi presa após sequestrar uma recém-nascida de uma maternidade da cidade e tentar registar a bebé como sua filha, com documentos falsos.

Após ser ouvida, foi libertada e constituída arguida. Desde março deste ano que responde a estes processos em liberdade.

Numa conferência de imprensa dada a partir de Uberlândia, a polícia informou que a médica realizou tratamentos para engravidar, mas não conseguiu. E, após as tentativas frustradas, recorreu a adoções irregulares com documentos falsos e até ofereceu dinheiro para comprar uma recém-nascida na Bahia. Porém, sem sucesso.

Durante a investigação e estes casos, as autoridades começaram a desconfiar que Claudia Soares Alves podia estar relacionada com a morte de Renata Bocatto Derani.

“Ela é capaz de tudo para atingir o seu objetivo de ser mãe de uma criança, de uma menina. Durante as buscas, verificamos que na casa dela havia um quarto todo pintado de rosa, com diversas coisas rosa de criança, com um berço e com um bebé reborn como se estivesse a dormir nesse berço. Realmente ela é uma pessoa totalmente desequilibrada”, explicou o investigador responsável pelo caso.

Renata Bocatto Denari, de 38 anos, foi morta a tiro na manhã de 7 de novembro de 2020, quando chegava para trabalhar a uma farmácia no Bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia.

As câmaras de videovigilância registaram o momento em que um criminoso se aproximou e fez pelo menos cinco disparos no tórax, pescoço, ombros e nádegas.

Uma testemunha contou às autoridades que Renata ainda se tentou defender e pediu para não ser morta, mas o homem continuou a disparar.

Antes de fugir, o assassino deixou uma sacola com objetos e uma carta com ofensas à vítima.

As autoridades desconfiam agora que o homicídio foi encomendado por Claudia Soares Alves, que pretendia ficar não só com o ex-marido da farmacêutica assassinada como assumir a maternidade da filha de ambos, na altura com 9 anos.

Antes do homicídio de Renata, a neurologista conseguiu mesmo casar com o ex-marido da rival, mas o relacionamento durou apenas dois meses, uma vez que o homem percebeu que a mulher apresentava “comportamentos obsessivos e demonstrava interesse em assumir a maternidade da filha dele com a ex-mulher”.

Mesmo antes do divórcio do casal, Renata desconfiou que a médica era perigosa e emocionalmente instável e proibiu a filha de manter contato com o pai sempre que ele estivesse na companhia da esposa.

Revoltada com Renata, Claudia terá planeado o homicídio desta, com o objetivo não só de retomar o relacionamento com o ex-marido como para ficar com a menina.

O caso continua a ser investigado não só para deslindar todos estes crimes como para perceber se a médica neurologista terá cometido mais algum.

Além de Claudia, foram detidos e constituídos arguidos dois homens pelo homicídio de Renata. Os suspeitos são pai e filho e serão vizinhos da neurologista. Um será mesmo o atirador.

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