• Outubro 22, 2025
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Cabo Delgado “é viável”, diz ministro da Defesa moçambicano

A situação de segurança em Cabo Delgado é estável. Cabo Delgado é viável. Vamos continuar a trabalhar para que seja continuamente viável”, disse Cristóvão Chume, questionado pelos jornalistas à saída do parlamento, após a abertura da segunda sessão ordinária desta legislatura, em que a situação do terrorismo no norte do país voltou a ser abordada.

“Devemos continuar a investir numa narrativa positiva, que faça com que as pessoas pensem que Moçambique ainda é um sítio onde nós podemos investir, não afugentar as pessoas”, disse o governante, criticando que se passe a ideia de que Cabo Delgado é um sítio onde “não se pode ir”.

“Nós estamos a empurrar para fora das nossas fronteiras os investidores. Estamos a meter medo às populações. Todos os dias estamos a falar do terrorismo. Quase todos os países passam por isso”, disse o ministro.

Chume acrescentou que mesmo no continente africano “quase todas” as nações têm “problemas de terrorismo e tráfico de droga”, mas a “narrativa” em Moçambique, em vez de colocar o país “no centro de investimento”, coloca-o no centro do terrorismo internacional.

“Em Cabo Delgado nós estamos a ter investimentos, estamos a ter o turismo, estamos a ter a agricultura, estamos a ter a educação. Mas nós estamos mais a reforçar a ideia de que o terrorismo está a expandir”, criticou, garantindo que no terreno, no combate aos grupos insurgentes — que este ano já realizaram ataques também nas províncias vizinhas de Niassa e de Nampula – regista-se “uma grande evolução”.

“Enquanto nós, como imprensa, como sociedade, estamos a falar mais do terrorismo na província de Cabo Delgado, os investidores estão preocupados em aumentar o número de trabalhadores”, disse , recordando que em Afungi, local do megaprojeto de gás da TotalEnergies, já há 4.000 trabalhadores a preparar a retoma do investimento, quando antes rondava o milhar.

“Qual é o país que vai investir num lugar onde o terrorismo está a crescer, colocar lá 4.000 pessoas a trabalhar? Eu queria que nós pudéssemos mudar a narrativa como país, atrairmos mais investidores, mostrarmos que Cabo Delgado é um sítio onde podemos investir, porque outros estão a investir”, sublinhou.

“Nós estamos a afugentar jovens moçambicanos, a pensarem que não podem ir a Cabo Delgado trabalhar, porque há terrorismo. Estão a vir pessoas de outros países do mundo para trabalharem em Cabo Delgado, a tirarem lugar para os nossos jovens, porque acreditam que Moçambique pode superar o terrorismo”, acrescentou.

Para o ministro da Defesa a “sobrevivência como país” depende de mostrar que Moçambique está “a fazer todo esforço” neste combate, apesar da presença destes grupos no norte do país, realizando ataques, recentes.

“Saíram, voltaram (…). Significa que sentem que as Forças de Defesa e Segurança estão lá, estão a persegui-las. Mas a nossa narrativa não deve ser de expandir a ideia de que o terrorismo está a crescer em Moçambique. Porque não é verdade”, voltou a criticar, afirmando que, contrariamente há quatro anos, desde logo em Mocímboa da Praia, hoje não há vilas “ocupadas” por estes grupos.

“Moçambique é viável, Cabo Delgado é viável para investir. Penso que estamos na retórica, na narrativa, que afugenta todos. Até pessoas de fora perguntam-nos como é possível no vosso país, vocês colocam a ideia de que o vosso país é inviável. Nigéria tem turismo, as pessoas vão lá. Brasil tem criminalidade, as pessoas vão lá. Nós todos queremos passar férias nesses locais”, concluiu Chume.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.

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