• Outubro 3, 2025
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Investigação: Como é que o cérebro processa emoções positivas?

A perceção da forma como o cérebro processa as emoções positivas recebidas de outras pessoas e a compreensão do seu impacto nas relações sociais são os objetivos de uma investigação científica liderada pela Universidade de Coimbra (UC) e hoje divulgada.

“Com esta investigação, os cientistas esperam saber mais sobre os mecanismos biológicos subjacentes à criação de empatia pelas emoções positivas de terceiros — as quais, ao contrário das emoções negativas, têm recebido pouca atenção da comunidade científica”, referiu a UC, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

“Uma vez que a perceção das emoções positivas nos outros é particularmente prejudicada nas perturbações psiquiátricas, este estudo pretende contribuir para o desenvolvimento futuro de abordagens farmacológicas para estas condições”.

O projeto científico vai ser conduzido pela investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB) Flavia Ricciardi e decorrerá até 2028.

Citada na nota, a investigadora argumentou que vários animais “percebem, partilham e agem por influência de estados afetivos dos seus pares, um fenómeno semelhante à empatia humana chamado contágio emocional”.

“Neste quadro, as emoções positivas têm recebido pouca atenção por parte da comunidade científica, apesar da sua elevada relevância para o nosso bem-estar”, explicou.

Observou, por outro lado, que embora se saiba que o processamento cerebral das emoções dos outros — isto é, como se perceciona o que os outros sentem – é essencial para a interação social e para a empatia, “os mecanismos cerebrais que espoletam estas ações permanecem desconhecidos, em particular no que diz respeito às emoções positivas”.

“Desvendar os mecanismos que estão na base deste fenómeno social constitui um passo fundamental para o desenvolvimento de novas intervenções farmacológicas em condições clínicas como a depressão, o transtorno do espetro do autismo ou a ansiedade social”, frisou Flavia Ricciardi.

Notou, por exemplo, que a identificação de conexões neuronais atípicas “poderá ser indicativo de maior risco de dificuldade em desenvolver habilidades sociais e, como tal, conhecer melhor esses circuitos do cérebro poderá ajudar, futuramente, a agir em antecipação perante essas dificuldades”.

A investigação, que “utilizará modelos animais robustos para tentar descobrir mecanismos biológicos próximos da realidade humana”, é supervisionada na UC por Cristina Márquez, especialista em comportamento social e cientista do CNC e do CiBB e decorrerá igualmente na Universidade de Estrasburgo (França).

Será apoiada com cerca de 156 mil euros por um mecanismo europeu que financia projetos de pós-doutoramento com o intuito de apoiar a carreira e a empregabilidade de investigadores doutorados.

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