A conferência de imprensa de José Mourinho, esta quinta-feira, na antevisão ao Benfica-Gil Vicente, agendado para esta sexta-feira, ficou marcada por vários temas, entre os quais o da arbitragem, em função da queixada apresentada pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), na sequência das críticas por parte do conhecido técnico português no Benfica-Rio Ave (1-1) da passada terça-feira.
“Tenho de me adaptar. Tem sido uma característica minha tentar adaptar-me onde trabalho. A Liga portuguesa é nova para mim. A ofensa pessoal, pôr em causa a dignidade das pessoas, sei bem que não o posso fazer e não o fiz. Se não posso criticar o trabalho de um árbitro da forma que milhões de pessoas criticam o meu trabalho, não creio que seja democrático”, começou por dizer acerca do tema.
“Honestamente, não sinto que tenha dito nada de ma. Até disse que o árbitro não teve influência no resultado no jogo e só disse que é o futebol dos dias de hoje. No entanto, se é assim, se quiserem dizer que é proibido falar dos árbitros, isso torna o nosso trabalho mais fácil”, vincou de seguida o experiente treinador, de 62 anos.
“Arbitragem? Há uma coisa que eu tenho bem clara. Antes dos jogos não falo de árbitros. Não tenho intenção de hostilizar, de criar antagonismo… Nunca o faço. Depois do jogo, sinto-me às vezes no direito de elogiar, que é um prazer para mim, ainda mais quando perco, por exemplo, contra o Feyenoord, em Roterdão. Se alguém me disser que não posso falar do árbitro, não falo. Se sentir liberdade de fazer o meu comentário ao jogo, que gosto de fazer normalmente, e dizer alguma coisa, tenho o maior prazer, até porque poderei ajudar em alguma coisa. Agora comparar Portugal com Turquia, ou outros países, acho que não entra nada aqui. O que desejo é que, no final do jogo com o Gil Vicente, eu possa dizer que o árbitro esteve bem”, rematou sobre as comparações entre as arbitragens de Portugal e Turquia, onde esteve recentemente a treinar o Fenerbahçe.
Recorde-se que, na origem das críticas à arbitragem, esteve o golo anulado a Vangelis Pavlidis (60′), por falta de Nicolás Otamendi ‘descortinada’ pelo VAR, levando José Mourinho, na altura, a mostrar-se irritado com a decisão: “Se isto é o novo futebol, em que se anulam golos por pisar um dedinho com um outro dedinho, eu não gosto deste novo futebol”, declarou na flash interview do Estádio da Luz.
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