Segundo fontes locais, trata-se de camponeses que foram surpreendidos por rebeldes à luz do dia de sábado, durante atividades em campos agrícolas, em Lipélwa, zona baixa de Muidumbe.
“Mataram seis pessoas, em Lipélwa, dentre elas duas tenho um laço familiar”, disse uma fonte a partir daquele distrito.
Após o sucedido, os camponeses de Lipélwa e também de Ingundi e Limwamwamwa, zonas vizinhas, abandonaram os seus campos agrícolas na zona baixa de Muidumbe por medo e seguiram para a vila sede do distrito.
“Tem muita gente a chegar aqui na sede distrital e posto de Muambula”, disse outra fonte, também a partir de Muidumbe.
Segundo fontes, os corpos das vítimas continuam na zona baixa do distrito desde sábado, enquanto os residentes pedem ajuda da força local para realizarem as cerimónias fúnebres.
“As pessoas estão a apodrecer lá e não conseguimos ir enterrar porque os rebeldes continuam a matar”, referiu a fonte.
Além das mortes, os alegados terroristas também saquearam campos de produção de milho, mandioca, banana e cana-de-açúcar.
“Destruíram muita coisa nas machambas [campos agrícolas]”, lamentou a fonte.
A província de Cabo Delgado regista um recrudescimento de ataques de grupos rebeldes desde junho, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e mais recentemente Mocímboa da Praia.
Fontes locais disseram hoje à Lusa que pelo menos quatro pessoas foram mortas no domingo e uma viatura incendiada na sequência de um ataque à vila sede de Mocímboa da Praia, no bairro Filipe Nyusi.
“Só ouvimos o barulho das armas, não sabemos ao certo donde vieram, mas mataram quatro pessoas e uma viatura foi queimada (…) que se encontrava estacionada na rua”, disse a fonte, a partir de Mocímboa da Praia.
Pelo menos 29 pessoas morreram e outras 208 mil foram afetadas, em julho, pelos ataques de grupos extremistas em distritos de Cabo Delgado, província moçambicana que enfrenta a insurgência armada desde 2017, avançou uma agência da Organização das Nações Unidas.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques, no norte de Moçambique, a maioria reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.
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