Cada vez se ouve falar mais sobre este conceito de sermos a nossa melhor versão, internamente e fisicamente. Ou seja, não idealizarmos algo que não conseguimos atingir nem compararmo-nos com outras pessoas, mas sim melhorarmos a nossa própria versão. É sobre procurar o melhor em nós mesmos. É a capacidade de olhar para os nossos pontos fortes e fraquezas e encará-los de frente. É sobre decidir ser melhor a todos os níveis.
Ser melhor não significa ser o mais bem sucedido ou reconhecido. É saber evoluir enquanto pessoa, amadurecer e aprender com os erros. Não é sobre ser perfeito, mas sobre estar em constante transformação, aprender todos os dias.
Não conseguimos ser a nossa melhor versão se não soubermos quem realmente somos, o que queremos e o que nos faz felizes. Durante muito tempo, procurei validação no que os outros pensavam sobre mim, ou tentei encaixar-me em padrões que não eram os meus. Continuo a fazê-lo em certa parte, mas estou a trabalhar nisso e, à medida que me vou conhecendo melhor, consigo identificar aquilo que quero, o que não quero, o que gosto, as minhas limitações e, acima de tudo, saber fazer escolhas mais conscientes.
É um processo que exige paciência. E a verdade é que, muitas vezes, ainda me questiono se estou a fazer as escolhas certas. Mas isso faz parte. A chave é identificar quando erramos e aprender a fazer melhor.
Não podemos esperar que a mudança aconteça de um dia para o outro. As pequenas ações diárias, como investir no nosso bem-estar, dedicar tempo a novos hobbies ou criar hábitos saudáveis, são fundamentais. Isso exige consistência. Não podemos abandonar o processo só porque as coisas não acontecem tão rápido quanto gostaríamos.
Eu diria que, para mim, uma das maiores aprendizagens foi perceber que as pequenas vitórias têm tanto valor quanto os grandes feitos. Não é necessário esperar por um grande marco para celebrar. Às vezes, o acordar cedo para fazer uma caminhada, escolher um prato mais saudável ou ser gentil com alguém já é um reflexo da nossa melhor versão.
Essas pequenas vitórias, que muitas vezes passam despercebidas no meio da correria do dia a dia, são as que realmente constroem quem somos.
Uma parte fundamental de ser a minha melhor versão é, sem dúvida, o cuidado com o meu bem-estar. Ao longo dos anos, aprendi que é impossível crescer e evoluir se não nos respeitarmos. Não nos respeitamos quando comemos algo que sabemos que nos vai fazer mal. Não nos respeitamos quando somos sedentários e não movimentamos o nosso corpo. Não nos respeitamos quando nos isolamos e não nos permitimos socializar, conviver. Não nos respeitamos quando paramos de querer evoluir e aprender.
A verdade é que ser a nossa melhor versão não é uma meta fixa, mas uma jornada. Não há um ponto final onde podemos dizer “cheguei lá”. O importante é mantermos a disposição de continuar a aprender, de crescer, de melhorar e, acima de tudo, de sermos autênticos ao longo do caminho. A cada passo dado, a cada lição aprendida, mais próximos estaremos de sermos aquilo que sempre quisemos — não alguém perfeito, mas alguém que está em constante evolução.
Mariana Neto- Licenciada em Comunicação Social