Eslovénia exige expulsão de Israel da Eurovisão (e ameaça desistir)

A emissora pública da Eslovénia, RTV SLO, apresentou uma carta à União Europeia de Radiodifusão (UER) a pedir que Israel seja afastado do Festival Eurovisão da Canção de 2025 devido ao conflito na Faixa de Gaza.

Segundo noticiou o jornal israelita Haaretz, o documento enviado à UER indica que, se o pedido for recusado, a Eslovénia considerará a possibilidade de se retirar do concurso europeu.

A notícia surgiu após o Conselho Nacional de Televisão da Eslovénia ter adotado, no início do mês, uma resolução que apela à retirada de Israel do concurso.

Numa reunião, o conselho votou uma série “diretrizes obrigatórias para a gestão na finalização do plano financeiro e do plano de produção de programas para 2025”, em que se incluía que a “direção da RTV Eslovénia deve dar imediatamente início a um pedido junto da UER para que Israel não participe no Festival Eurovisão da Canção”.

Recorde-se que a participação deste ano de Israel na Eurovisão foi bastante criticada devido ao conflito na Faixa de Gaza. Ainda antes do concurso, oito representantes – incluindo a portuguesa iolanda – emitiram um comunicado conjunto, onde afirmaram estar “unidos contra todas as formas de ódio, incluindo o antissemitismo e a islamofobia”.

Já durante uma atuação no intervalo, o cantor sueco Eric Saade – com ascendência palestiniana – foi alvo de críticas por ter usado um keffiyeh, um lenço associado à luta palestiniana, à volta do braço.

Na final, iolanda – que representou Portugal com ‘Grito’ – viu a sua atuação ser banida das redes sociais e do Youtube por ter o padrão de um keffiyeh desenhado nas unhas, em vez da cor branca que usou na atuação da semifinal.

O cantor Joost Klein, dos Países Baixos, que era um dos favoritos à vitória com ‘Europapa’, foi expulso horas antes da grande final, por, segundo a UER, ter sido apresentada uma queixa “por um membro feminino da equipa de produção após um incidente da sua atuação na semifinal”. Segundo a imprensa sueca, a queixosa seria um membro da delegação israelita e, meses depois, o Ministério Público da Suécia arquivou o caso.

A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, recorde-se, realizou-se em Malmö, na Suécia, entre os dias 7 e 11 de maio e, apesar das críticas devido à participação de Israel, acabou por ganhar a Suíça, o país mais neutro do mundo, com Nemo e ‘The Code’.