• Julho 20, 2025
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Amnistia Internacional acusa Sérvia de espiar telemóveis de ativistas

Num relatório hoje divulgado com o nome “‘Uma prisão digital’, Vigilância e repressão da sociedade civil na Sérvia”, a organização de defesa dos direitos humanos refere que as autoridades sérvias usam ferramentas da empresa israelita Cellebrite para extrair dados privados de telefones de ativistas.

Com estas ferramentas é possível “desbloquear um telefone, infetá-lo com spyware” (programa de infiltração em computadores ou telemóveis para aceder a informações pessoais) e “extrair todos os dados disponíveis no dispositivo”, indica a organização.

Segundo a Amnistia Internacional, em pelo menos dois casos, os telefones das pessoas foram infetados quando estavam reunidas numa esquadra da polícia ou com funcionários dos serviços secretos (BIA) para testemunhar enquanto vítimas.

Num destes casos, um ativista foi convocado para falar sobre um ataque contra a sua associação e dirigiu-se voluntariamente às instalações da BIA. Ao sair do edifício, “reparou em algumas coisas suspeitas” no seu telefone — incluindo uma notificação a participar que os seus contactos tinham sido exportados enquanto falava com os investigadores.

Ao analisar o telefone, a Amnistia constatou que “duas aplicações de ‘spyware’ para Android tinham sido instaladas no telefone do ativista durante a sua reunião com agentes da BIA”.

O relatório da organização internacional adianta ainda que os serviços secretos utilizam um ‘software’ denominado NoviSpy, “para infetar secretamente dispositivos pertencentes a pessoas enquanto estas estão detidas ou a ser interrogadas pela polícia”.

Este ‘software’ “pode recuperar dados pessoais confidenciais de um telefone alvo e permite ligar remotamente o microfone ou a câmara do telefone”, avisa.

Num comunicado publicado ao meio-dia em Belgrado (11:00 em Lisboa), a BIA afirma que “age em estrita conformidade com as leis da República da Sérvia e, por isso, não pode comentar estas alegações absurdas”.

Para o vice-diretor-geral para a Europa da Amnistia Internacional, Dinushika Dissanayake, citado no relatório, esta investigação “mostra que as ferramentas de análise da Cellebrite representam um risco enorme para que defendem os direitos humanos, o ambiente e a liberdade de expressão”.

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