Reid Scott é o juiz de Palm Beach que considera haver “evidência razoável” de que a Tesla sabia que a tecnologia de condução autónoma tinha falhas, mas que tal não a impediu de “endereçar uma estratégia de marketing que pintava o produto como autónomo” e que as declarações de Musk “tiveram impacto significativo na crença nas capacidades do produto”. Esta conclusão do juiz pode agora abrir caminho a que a Tesla se sente no banco dos réus por causa do acidente de 2019 que resultou na morte do condutor de um Tesla Model 3 que colidiu com um camião.
A Tesla já ganhou dois processos judiciais na Califórnia, onde era acusada de ter defeitos no sistema Autopilot. Agora, a mulher de Stephen Banner, a vítima de 2019, acusa a fabricante de conduta inapropriada e de negligência grosseira. O juiz Scott considera que este acidente é “estranhamente semelhante” ao de 2016, que vitimou Joshua Brown, e onde o Autopilot não conseguiu detetar camiões a cruzar-se na sua frente.
O juiz cita um vídeo de 2016 da Tesla, onde se vê um carro a circular sem intervenção humana e onde há um aviso legal no início a dizer que a pessoa que está no lugar do condutor só o está por motivos legais: “o carro está a conduzir-se sozinho”, lê-se nesse vídeo publicitário. “É razoável concluir que a arguida Tesla, através do seu CEO e engenheiros, estava bem ciente do problema com o Autopilot em detetar trânsito a cruzar-se”, determina o magistrado.
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